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2.02.2009

Treinamento EcoEmpresarial: Perfeccionismo e Vaidade

Por: Aristides Faria

Em entrevistas de seleção sempre existem aquelas perguntinhas que podem ter duas respostas: a verdade e a que o entrevistador quer ouvir. Uma delas é bem interessante e diz respeito ao auto-conhecimento. A certa altura o selecionador pergunta: - “Qual seu maior defeito”?

O candidato se pergunta imediatamente se deve responder a verdade ou se deve escolher uma réplica que agrade ao questionador. Ele dispara, então, que seu maior defeito é ser perfeccionista! Se este candidato fictício for de fato assim, que bom. Caso tenha apenas errado na escolha de seu defeito, que pena. Escolha errada! Querer tudo certo demais passa a ser um defeito. E na prática é mesmo, pois pessoas assim tendem a centralizar poder, decisões e responsabilidades.

Um profissional centralizador, que pensa não existir alguém capaz de realizar tarefas tão bem (ou “perfeitamente bem”) quanto ele. Em verdade é uma questão de muita vaidade e narcisismo. Adoram elogios, afinal realizam seus trabalhos de forma suprema. Ele acaba roubando espaço de mentes criativas que não se conformam com a mesmice e com o conforto do quotidiano sem mistérios. Muitas tarefas simplesmente não são cumpridas, pois falta tempo ou interesse deste colega. E “AI” de quem ousar empreender mudanças ou tocar em “suas” tarefas.

O que parece em um primeiro instante ser um defeitinho com cara de virtudes, passa a ser uma grande armadilha. O recrutador logo imagina o supervisor do departamento requisitante da vaga em jogo trabalhando com o tal sujeito perfeccionista e logo descarta o candidato. O selecionador imediatamente imagina essa pessoa vaidosa convivendo com os colegas do setor de Pesquisa e Desenvolvimento – dependente de muita interação – e chama logo o próximo da fila.

Ser verdadeiro e basear nossos relacionamentos na verdade é o melhor que temos de fazer. A vida corporativa está cheia de ambigüidades como esta. A todo instante surgem situações em que é possível agir conforme a verdade ou tal qual seremos agradáveis. Neste sentido, muitas empresas recorrem a treinamentos vivenciais ao ar livre não para qualificação técnica, mas como meio para socialização entre seus colaboradores.

Conviver com colegas de trabalho no meio ambiente natural parece ser o caminho ideal para derrubar barreiras hierárquicas e preconceitos criados dentro do ambiente da empresa. Quando participam de atividades ao ar livre caem as máscaras. Os perfeccionistas tendem a perceber que não há como sair de uma trilha sem lama nas pernas ou picadas de mosquitos. Notam, também, que existe uma perfeição suprema na natureza. Tudo o que parece imperfeito, quando observado com a devida atenção, pode ser pior, como na questão do perfeccionismo. Ao mesmo tempo, na natureza que nos cerca, tudo o que parece imperfeito possui uma ligação entre si e em algum instante irá proporcionar condições ideais de convívio ou pelo menos co-habitação para a fauna e a flora.

Atividades de socialização em ambiente natural são ótima oportunidade de sair do campo de conforto e investir em notar algo além dos defeitos de nossos colegas. Lembre que seu perfeccionismo pode ser a todos os que trabalham com você a simples exacerbação de sua vaidade, insegurança e seu egocentrismo. Dedique mais tempo à sua auto-avaliação e a compreensão de seus comportamentos. O morador de sua baia vizinha vai certamente lhe agradecer!

Confira aqui uma boa opção para vivenciar uma experiência ao ar livre no litoral de São Paulo.


PUBLICAÇÃO SIMULTÂNEA
: ABBTUR SÃO PAULO e OUTRO LADO DA NOTÍCIA

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