Por: Karin Sato - InfoMoney
A competição tem seu lado positivo, mas, sem limites, a ânsia por ser melhor do que os demais pode prejudicar a carreira.
A avaliação é do administrador e palestrante Jerônimo Mendes, autor do livro "Oh, Mundo Cãoporativo!". Segundo ele, uma boa competição obriga o profissional a sair do estado de inércia, para brigar por metas maiores.
Por exemplo, ela pode levar alguém a se matricular em um MBA, a aprender outro idioma, a cultivar seu networking, a desenvolver a habilidade de trabalhar em equipe e se relacionar com as pessoas, enfim, a não se acomodar.
"O ser humano já nasce competidor. É claro que alguns são mais passivos e acomodados, sendo capazes de trabalhar por toda uma vida na mesma empresa, praticamente na mesma função, enquanto outros são mais ambiciosos", explica.
Quando a competição prejudica
No entanto, quando os limites são ultrapassados, muitas são as consequências negativas. Para começar, a vida do competidor pode, facilmente, "virar um inferno", nas palavras de Mendes.
Ficar o tempo inteiro se comparando com os outros, se aborrecer todas as vezes que um colega se destacar mais, sentir-se mal quando seus esforços não são premiados - o que é muito comum no ambiente de trabalho - e lamentar a demora da promoção são atitudes que mais prejudicam do que ajudam.
"Não dá para insistir na comparação com os outros. Cada um tem sua história de vida, seu tempo... Não adianta, por exemplo, querer ser um dos principais executivos de uma empresa quando se está há apenas três anos trabalhando nela", garante.
Ainda segundo o especialista, "é mais fácil crescer quando há foco, paciência e planejamento do que quando se é refém dessa obstinação por ser o melhor". Ele defende que não há nada pior do que a alienação. "É preciso aceitar que uma carreira é construída aos poucos e seus colegas podem ter caminhado muito mais".
Sem amigos no mercado
Outra consequência negativa da competição desenfreada é a chance de arrependimento lá na frente. Quando a ambição não tem freios, o profissional corre o risco de perder o bom senso, agir de forma desleal e atropelar os colegas de trabalho.
"Além da dor na consciência que, cedo ou tarde, virá, essa atitude compromete o networking. No mercado de trabalho, as informações circulam muito rapidamente, de maneira que a imagem negativa do profissional ambicioso pode se espalhar. E, lá na frente, ele pode perder o emprego e precisar de ajuda. Mas quem vai indicar ou contratar uma pessoa que atropela os colegas?", finaliza Mendes.
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