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2.22.2009

Departamento de recursos humanos pode perder suas características

Por: Karin Sato - InfoMoney

"Nem sempre o departamento de Recursos Humanos defende os interesses dos funcionários. Esse é só o discurso. Na prática, muitas vezes, o setor é apenas uma ferramenta da administração ou do financeiro".

A explicação é do diretor executivo do Insadi, Dieter Kelber, para quem ao RH restou principalmente o "trabalho sujo", como a missão de demitir. "Quem manda embora são os líderes. O RH é apenas o executor", garante.

Profissionais de RH estão perdendo espaço

Na opinião de Alcebíades Santine, vice-presidente administrativo e financeiro da ABRH Nacional (Associação Brasileira de Recursos Humanos), dia após dia, o RH está perdendo suas características.

"Trata-se de uma categoria de profissionais que não soube conquistar seu espaço no mercado. Principalmente em pequenas e médias empresas, os responsáveis pelo RH conformaram-se em obedecer ao patrão, esquecendo-se do seu papel, que é o de intermediar os interesses dos colaboradores e da chefia. Estes devem ser convergentes e visar sempre ao crescimento da empresa", explica.

Santine lembra ainda que o RH não pode se limitar ao operacional. "O departamento é estratégico na estrutura de uma organização. A essência de toda empresa está no conhecimento, na experiência, na criatividade e na capacidade de inovação de seus funcionários, de forma que eles são seu patrimônio mais importante. Como quem cuida desse patrimônio é o RH [ou deveria ser], então se trata de um setor estratégico".

Seria o fim do RH?

"É comum, em pequenas e médias empresas, os gestores de RH não passarem de meros comunicadores das decisões do principal executivo das organizações. Muitas vezes, eles nem mesmo questionam essas decisões", afirma o vice-presidente da ABRH Nacional.

"Mas o profissional proativo, que deseja o bem da empresa, não pode dizer amém a tudo que é imposto, caso tenha uma proposta que sabe que será melhor para a manutenção e o crescimento do negócio", lamenta.

E alerta: "Se os profissionais de RH não evoluírem no mesmo ritmo das mudanças do mercado para as empresas e também do mercado de trabalho, outros profissionais tomarão seu lugar". É possível, por exemplo, que um dia alguém perceba que o pessoal do RH não faz muita diferença para a empresa e decida extinguir o departamento.

Resultado difícil de quantificar

Santine diz que o problema pode ser o tipo de trabalho exercido pelo departamento, que não costuma ser passível de tradução em números. Em outras palavras, quando é oferecido um treinamento aos funcionários, por exemplo, é difícil depois quantificar o aumento da produtividade e da qualidade do trabalho. Mesmo assim, é importante tentar, já que os executivos costumam exigir resultados em números.

"O RH é o departamento de mais valia para as organizações, pois é ele que cuida do talento e da sabedoria que elas detêm. Pena que muitos empresários ainda não se deram conta disso", finaliza.

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