Por: Flávia Furlan Nunes - InfoMoney
Não é preciso ser nenhum gênio para ter noção de que "saber sem fazer não nos traz benefício algum". Mas, de acordo com o professor da Universidade de Stanford (EUA), Jeffrey Pfeffer, isso acontece com frequência nas empresas de todo o mundo.
Um exemplo dado por ele é de que todos sabem que é importante manter os colaboradores motivados para que produzam mais, principalmente em momentos de crise. Mas o que as empresas estão fazendo nessa crise é demitir, e ainda em "conta-gotas", o que ocasiona descontentamento por parte dos demais profissionais, que passam a pensar: será que serei o próximo? Aí está uma diferença entre saber e fazer, que tanto prejudica as empresas.
..:: Saber e fazer ::..
De acordo com Pfeffer, medir o descompasso entre o "saber e fazer" é importante para avaliar a intensidade do problema que a empresa enfrenta e para acompanhar atentamente o progresso alcançado por sua resolução. Além disso, é uma maneira útil de avaliar a eficácia do aprendizado, treinamento e esforço para mudar a organização.
Para colocar em prática o que se sabe, o professor aconselhou que as lideranças elaborem uma lista de práticas e ações gerenciais; peçam às pessoas que digam em que medida elas acham que cada uma dessas práticas e ações relacionam-se com o desempenho organizacional; e peçam às pessoas que digam em que medida elas acham que essas práticas e ações estão sendo postas em prática.
Confira abaixo outras orientações dadas pelo professor, para medir o descompasso entre o saber e fazer:
Existe algum acordo sobre o que produz sucesso na sua organização? Se não houver, esforce-se para criar um entendimento comum do negócio e da sua estratégia.
..:: Existe sequer acordo sobre o que a empresa faz? A empresa está fazendo o que sabe que deveria fazer? Se não estiver, por que não? ::..
Causas do descompasso
Pfeffer apontou, dentre os motivos do descompasso do saber e fazer, o excesso de palestras, apresentações, reuniões, em vez da ação. Além disso, ele citou lembranças, precedentes, procedimentos operacionais padrão e valores e crenças culturais aceitos sem questionamento, em vez de ideias e reflexões.
O professor de Stanford disse ainda que o medo impede que se aja com base no que se sabe. "Na verdade, o medo impede o aprendizado e a tomada de qualquer tipo de medida".
Outro ponto bastante importante é a competição interna: "transforma amigos em inimigos, prejudicando o compartilhamento de conhecimentos, a cooperação e o aprendizado, e rompendo as redes sociais necessárias para a inovação".
Nenhum comentário:
Postar um comentário