Os especialistas americanos Dan Heath e Chip Heath afirmam que a tradicional entrevista pouco ou nada vale na hora de selecionar um candidato.
Por: Ricardo Lacerda - Portal AMANHÃ
Um intrigante artigo publicado nesta sexta-feira no portal da revista norte-americana FastCompany diz que as entrevistas de emprego são inúteis. Isso mesmo: a boa e velha entrevista, uma dos principais formas para se avaliar candidatos, não faz a menor diferença na hora de separar o bom profissional do ruim. Quem defende a tese são os especialistas Dan Heath e Chip Heath, co-autores do best seller Made to Stick: Why Some Ideas Survive and Others Die.
O texto assinado por eles (leia aqui) observa que a entrevista de emprego ainda é o passo mais importante do processo de contratação americano. E condenam isto. Para ambos, a prática ignora quase completamente décadas de pesquisas que discorrem sobre as melhores maneiras de se contratar bons empregados.
Dan e Chip sugerem que é muito mais produtivo analisar experiências passadas, performances de trabalho e testes de conhecimento, por exemplo. "Não é fácil apontar o real valor das entrevistas", explicam, lembrando que raramente pessoas que vão mal em entrevistas acabam sendo contratadas.
Para dar consistência a sua teoria, os autores remetem a um estudo feito em 1979 na Escola de Medicina da Universidade do Texas. Na ocasião, os 50 piores colocados na seleção anual para a faculdade, feita por meio de entrevistas, foram postos a estudar junto aos 350 melhores. Ao longo do curso, e também durante a residência, ninguém soube distinguir quem pertencia ao grupo dos 50 "mais fracos" e quem pertencia ao grupo dos 350.
Para os dois autores, um empresário de beisebol, por exemplo, não deve contratar jogadores bebendo cerveja num bar ou analisando o nível cultural deles. O que é preciso, lembram, é analisar as estatísticas dos atletas neste esporte, o que eles fizeram nos clubes onde jogaram, etc.
Enfim, Dan e Chip dizem que não são poucas as pesquisas a comprovar que o melhor a se fazer ao contratar é analisar a experiência dos candidatos. Segundo eles, quando se contrata um designer gráfico, deve-se pedir para ele desenhar. Da mesma maneira, ao analisar o perfil de um vendedor, "peça para que ele lhe venda algo". E por aí vai...
Segundo os articulistas da FastCompany, enquanto a maioria dos competidores contrata pessoas que "parecem legais" e cujo maior defeito é "trabalhar demais", quem analisar as experiências estará descobrindo verdadeiros talentos.
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