Segue uma descrição de personalidade. Veja se tem alguma coisa a ver com você:
"Você precisa do apreço e da admiração dos outros e tende a ser crítico consigo. Embora tenha algumas falhas de personalidade, geralmente consegue compensá-las. Você tem uma habilidade considerável que ainda não empregou em seu próprio proveito. Disciplinado e controlado por fora, tende a ser preocupado e inseguro por dentro. Às vezes, tem grandes dúvidas quanto a ter tomado a decisão correta ou feito o que devia. Você prefere um pouco de mudança e variedade e fica insatisfeito quando é enclausurado por restrições e limitações. Você tem orgulho de pensar de modo independente e não aceita as afirmativas alheias sem provas satisfatórias. Mas você já descobriu que não é prudente ser excessivamente franco, revelando-se aos outros. Em alguns momentos você é extrovertido, afável e sociável, enquanto em outros é introvertido, cauteloso e reservado. Algumas de suas aspirações tendem a ser muito pouco realistas."
Se você se enxergou em quase todas as frases da descrição acima, saiba que não é o único. O texto que você acabou de ler foi utilizado num teste de psicologia comportamental, no final dos anos 40, pelo pesquisador Bertram Forer. Nada menos do 87% das pessoas pesquisadas se identificaram imediata e completamente com a descrição proposta. O ponto é que o texto composto pelo professor Forrer é um acumulado de frases retiradas de livros baratos de astrologia da época. Esta é mais uma pérola educativa do livro Esquisitologia, do psicólogo inglês Richard Wiseman, que conclui: "Basta fornecer às pessoas um descrição muito genérica de sua personalidade e o cérebro delas as levará a acreditar que aquilo é revelador."
Esta tendência dos nossos neurônios a se deixarem impressionar por afirmações vagas e por coincidências manipuladas explica um monte de coisas. Do sucesso do populismo à ascensão social daquelas pessoas que costumam dizer somente o que o interlocutor quer ouvir, dos charlatães de qualquer área aos cultos religiosos histriônicos e teatralizados, da cartomante que cola cartaz no poste ao deputado que rouba, rouba, rouba e continua se reelegendo.
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