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3.17.2009

Você tem amor pela sua empresa?

O consultor de recursos humanos Luis Carlessi destaca como é importante gostar do que se faz – e compara o universo da arte ao mundo corporativo

Por: Luiz David Carlessi

Recentemente, tive a oportunidade de assistir a um show de dança folclórica e vibrei com a qualidade e a beleza do espetáculo. Conversando com o grupo, soube que, pouco antes de iniciar a apresentação, um dos principais integrantes havia praticamente arrancado a unha de um dos dedos do pé ao sofrer um pequeno acidente. Detalhe: o grupo dançou descalço. Soube que essas histórias de contusões são comuns entre os dançarinos. Alguns deles que tiveram acidentes durante a fase de preparação iam ao ensaio de muletas, com a perna engessada ou até mesmo de cadeiras de rodas, mas não perdiam os ensaios.

E por quê? Por que tanto empenho, comprometimento e entusiasmo? A resposta me parece óbvia: eles amam o que fazem, amam seu grupo, amam sua atividade.

Calma, calma! Ninguém quer que você vá trabalhar acidentado, nem que se acidente durante, antes ou depois do trabalho. Não estamos falando daquele amor de cinema, poético, do amor que une os casais. Estamos falando de dedicação, de comprometimento, de entusiasmo pelo trabalho, pela empresa na qual e para a qual trabalhamos.

Aquele grupo de dança sabia que havia uma platéia com mais de cinco mil pessoas esperando pela apresentação deles. Cada integrante sabia que sua presença no palco era importante, fazia diferença, embora fossem muitos. E cada um estava ali não por que era obrigado, e sim, por dedicação, por amor.

Bem, isso tudo é muito bonito quando se está dançando, quando se faz algo por lazer. Mas será que isso se aplica no trabalho? Sim, se aplica. Os exemplos das empresas de sucesso mostram nitidamente isso. Quando trabalhamos com comprometimento pelo nosso trabalho, pela nossa empresa, nossos comportamentos mostram claramente isso.

O sucesso exige dedicação, esforço, concentração. Costumamos aplaudir o campeão quando ele ganha o troféu. Dificilmente alguém olha o tempo que ele investiu para melhorar cada detalhe, para trabalhar cada movimento. Os profissionais e as empresas de sucesso agem da mesma forma.

Trabalham com qualidade cada vez melhor, buscando melhorias contínuas. Isso vale para o trabalho em equipes focadas no sucesso do todo e não no individual; na luta pela posição no mercado frente à concorrência; no equilíbrio da utilização racional e emocional para realização do trabalho; na pró-atividade; no entusiasmo para a realização das atividades cotidianas, enfim, traduzindo a palavra "entusiasmo", que vem do grego "En Theos", ou seja, "ter Deus dentro de si". Precisa dizer mais alguma coisa?

Podemos aprender muito com um grupo de dança. Também podemos ensinar muito. Depende como cada um de nós se posiciona, de como nos comprometemos com a empresa, com o trabalho, com os colegas e com o cliente. Depende de como cada um de nós coloca amor naquilo que faz.

* O autor é consultor do Instituto de Organização Racional do Trabalho (Idort) de São Paulo em processos de mudança, preparação de times de trabalho para processos de Reengenharia e Qualidade Total, treinamentos comportamentais e desenvolvimento de habilidades e atitudes gerenciais.

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