Por: Osni Gomes
Todo profissional em posição de coordenar pessoas deve produzir dois efeitos de suma importância, sem os quais uma organização não pode ser considerada eficaz: os resultados correspondentes aos objetivos e metas e um ambiente de trabalho saudável, onde as pessoas sintam-se bem e orgulhosas de fazerem parte daquela equipe.
Na realidade, a maioria dos gestores está focada em conseguir que os resultados sejam alcançados de acordo com o estabelecido, que os problemas sejam solucionados rapidamente, que os custos fiquem dentro ou abaixo do planejado, ou seja, estão centrados em aspectos técnicos e administrativos e são permanentemente estimulados ou pressionados nessa direção. Confirmando essa situação, não é por acaso que os gestores que atingem esses objetivos são normalmente reconhecidos pela organização e conquistam postos sempre mais elevados na hierarquia.
Ao lado dessa maioria existe um percentual pequeno, mas significativo, de gestores que chamam a atenção porque, ao contrário dos outros, estão centrados nas pessoas, preocupados com o relacionamento com elas (e entre elas) e que lutam para evitar ou administrar bem os conflitos com os seus colaboradores. Em nome da "paz e harmonia" esses gestores fecham os olhos para alguns insucessos no desempenho pessoal e coletivo, garantindo na sua área um ambiente "familiar", onde todos aparentemente são "amigos", protegem-se mutuamente e vivem "no melhor dos mundos".
Nenhum desses gestores são modelos a serem seguidos se estivermos pensando numa empresa interessada na eficácia das suas lideranças e no desenvolvimento dos seus colaboradores, direcionada em conseguir performances diferenciadas para atingir os resultados. Como sempre e em todas as situações relacionadas à liderança empresarial, a virtude está no equilíbrio entre estes dois aspectos: resultados satisfatórios e pessoas satisfeitas (ou na pior das hipóteses não insatisfeitas).
As organizações que normalmente fornecem aos seus colaboradores responsabilidade e autoridade para tomar decisões no seu nível operacional, impõem menos limitações e barreiras ao trabalho. Elas alimentam e reforçam a cultura de aprendizagem, onde valores como mudança, realizações e progresso são considerados superiores. Regras, padrões e procedimentos, ao contrário, são valores inferiores, o que não quer dizer que não sejam importantes. Estas organizações dão maior ênfase à contribuição e recompensam pela realização eficaz e não pelo status. Esta forma de pensar e agir é resultado da crença sincera de que o sucesso é atingido através das pessoas.
Organizações que apresentam este perfil estimulam a criatividade e a individualidade, que proporcionam maior variedade e satisfação ao dia a dia das pessoas. Tratam os problemas como oportunidades, não tendo medo de reconhecer erros individuais e/ou coletivos. Realmente estão voltadas para o progresso e realização, prontas para enfrentar o desconhecido.
Em contrapartida, organizações que não transferem responsabilidade e autoridade tendem a dar mais valor ao status e à posição, ou ao conhecimento e à especialização, em lugar da contribuição real da pessoa. Os procedimentos e o protocolo são mais importantes do que gerar soluções inovadoras. As normas de trabalho são altamente respeitadas e há maneiras rigidamente estabelecidas de se fazer as coisas. Os problemas causam constrangimento e normalmente são varridos para baixo do tapete para que certamente apareçam mais tarde, o que sem dúvida beneficia e mantém vivos os famosos apagadores de incêndios. É a organização da mesmice, despreparada para o novo e totalmente voltada para o "umbigo".
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