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10.01.2009

Catho é condenada por furtar currículos de concorrente

Por: Paula Nunes - colaboração para a Folha de S.Paulo

Uma das maiores empresas de recursos humanos e recrutamento profissional do país, a Catho foi condenada a pagar R$ 13.623.950 por furtar currículos da concorrente Gelre.

A determinação para o pagamento da indenização à empresa Gelre foi dada pelo juiz Mário Galbetti, da 33ª Vara Cível de São Paulo, na segunda-feira, 28. Galbetti destacou em sua decisão que "não há como deixar de reconhecer a prática desleal praticada pela Catho".

A empresa pode recorrer da sentença, mas, por intermédio de sua assessoria de imprensa, o grupo limitou-se a informar que não comentará o caso.

De acordo com os termos da decisão judicial, gerentes e funcionários da Catho planejaram a captura de dados do site da Gelre e desenvolveram programas de computador para copiar currículos de sites concorrentes. Além disso, foram encontrados e-mails trocados por colaboradores da Catho em que eles afirmam que o trabalho deles é o de "roubar currículos", afirma a sentença.

A decisão judicial indica ainda que a empresa recompensava com bônus os funcionários que conseguissem capturar mais dados de currículos dos concorrentes e que utilizava o montante total de seu arquivo para fazer propaganda e, com isso, conquistar mais clientes.

Na mesma 33ª Vara Cível da capital paulista, tramita outro processo, similar a este, movido pela empresa de recrutamento Curriculum, também contra a Catho, acusando a empresa de retirar informações de sua base de dados.

Procurada pela Folha, a Curriculum não se manifestou até o fechamento desta edição.
A determinação da Justiça foi baseada em laudo pericial que indicou, no confronto de 3,8 milhões de endereços eletrônicos da Catho com os 449 mil da Gelre, que 272.479 deles eram coincidentes e estavam com indicação de que haviam sido retirados da concorrente.
O valor da indenização por concorrência desleal foi calculado com base no preço mensal de R$ 50 cobrados pela Catho para armazenar currículos em seu sistema.

Para Galbetti, o fato de a empresa ser uma das maiores do setor somente torna seus atos mais reprováveis. A Gelre não se posicionou sobre a decisão.

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