Por: Regina Rocha – Portal Administradores
O direito à foto no quadro de avisos, eleito como o melhor empregado do mês é importante, mas já não o suficiente para manter o colaborador motivado e feliz no local de trabalho.
Benefícios como vale alimentação, planos de saúde e odontológicos, academias de ginástica internas, salas de repouso e leitura e até sessões de massagens agora caíram no gosto das empresas para oferecerem aos seus colaboradores e assim obter a melhoria e o desempenho nas atividades diárias.
Vê-se que a ordem agora é agregar mais e melhores benefícios para que o funcionário tenha dias mais tranqüilos. E assim, a carteira de vantagens se estenda ainda mais com a participação de lucros, pacotes de viagens de acordo com a performance, bares exclusivos visando à interação e relaxamento das equipes.
É até considerável que esses tipos de benefícios somados representem a melhoria no desempenho nas atividades diárias e, conseqüentemente, o que a empresa terá é seus colaboradores mais motivados e dedicados ao trabalho. E isso é revertido em lucros, pois já é sabido que, na maioria dos casos, o estresse diário e a somatória de longas viagens pioram a qualidade de vida do trabalhador.
No entanto, fora dos muros das empresas, o que esses colaboradores têm recebido para que os trajetos casa-trabalho e vice-versa ou ainda para as escolas, faculdades, sejam menos cansativos? Nos grandes centros urbanos, as viagens dos trabalhadores têm sido agravadas pela falta de mobilidade da cidade, devido ao excesso de carros e pela inexistência de transporte público de qualidade capaz de atender a demanda.
Hoje, é comum o trânsito em qualquer horário fora dos momentos de pico. Pela manhã e à tarde, então, é desesperador. Para evitar o transtorno das conduções superlotadas, trabalhadores passam a utilizar carros de passeio ou motos. E o resultado é previsível, o estresse, o atraso nos horários e a probabilidade de acidentes.
Os dias já começam com situações inadequadas para quem ainda vai enfrentar um longo dia de trabalho, passível a pressões e cobranças. Será que todos esses benefícios agregados não ficam perdidos quando deixamos de oferecer aos nossos colaboradores um transporte exclusivo e confortável, como o fretamento?
Só na cidade de São Paulo são transportados diariamente quase 600 mil passageiros. A modalidade nasceu na década de 50 no ABC paulista, quando começou a industrialização do País e para levar trabalhadores para região, a proposta seria oferecer o transporte por fretamento.
Já nos dias atuais, a importância do serviço é mensurada pelo fato de contribuir para a fluidez do trânsito nos grandes centros urbanos, pois cada ônibus de fretamento retira 15 carros de passeio da rua e o seu colaborador ganha mais disposição nas execuções das tarefas diárias.
Não é difícil comparar, ao imaginarmos a situação de uma pessoa sentada confortavelmente em cadeiras ergonômicas ou uma outra, em pé num veículo superlotado, ou ainda dirigindo em condições adversas, como trânsito e chuva. Ao chegar ao trabalho, o colaborador terá a lembrança dos problemas enfrentados nos percursos de ida e volta, o cansaço ou o desgaste físico aumentam e o que ele seria capaz de produzir é perdido por esse percalço.
É visível que em curto prazo de tempo, como se faz necessário, o problema não será resolvido a contento. A solução terá de ser implantada paulatinamente e ainda levará um considerável tempo. Até lá, seus colaboradores vão continuar com atrasos, baixo rendimento, estresse e até insatisfação.
Cabe uma análise apurada para adequar o transporte por fretamento como mais um benefício a ser agregado aos Recursos Humanos, hoje considerados como o bem ativo mais importante que uma corporação detém. Minimizar os problemas de percurso contribuirá substancialmente para o dia-a-dia da empresa e empregados e assim todos serão beneficiados.
* Regina Rocha, advogada, é especialista em turismo rodoviário e diretora executiva da FRESP - Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo.
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