
O uso de drogas relacionado ao trabalho remonta ao século XVIII, com a Revolução Industrial. Como não existiam legislações que normatizassem a carga horária e a salubridade das indústrias, muitos operários recorriam a bebidas alcoólicas para relaxar e suportar as condições adversas de trabalho. Datam dessa época os primeiros programas de controle do consumo de substâncias psicoativas, organizados por associações de trabalhadores. A partir da década de 40, começaram os programas de desintoxicação oferecidos pelas empresas a funcionários alcoólatras. O abuso de drogas ilícitas no ambiente de trabalho agravou-se no fim da década de 70. Esse período combinou a disseminação de substâncias como cocaína, anfetaminas, maconha e heroína e o aumento da competitividade no mercado de trabalho e da pressão por produtividade.
Algumas profissões registram maior índice de abuso de drogas. Segundo os especialistas, algumas têm como características alto nível de pressão e carga horária pesada (caso dos publicitários e plantonistas de hospital), outras exibem picos muito altos de volume de trabalho e stress (operadores de bolsa de valores e jornalistas) ou o fácil acesso a substâncias como opiáceos e calmantes – incluem-se, aqui, médicos e outros profissionais de saúde. A enfermeira paulista Kátia, de 42 anos, por exemplo, é dependente de um sonífero e de um anestésico há seis anos. Para dar conta dos plantões noturnos e do trabalho durante o dia, ela começou a tomar os remédios. Só assim conseguia dormir nas poucas horas livres entre uma atividade e outra. "Eu tomava doses dez vezes maiores do que a necessária para sedar um adulto", diz Kátia. Para tentar controlar o vício, ela abandonou os empregos.
Fonte: Veja Online
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