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8.09.2009

Executivo é quem executa

Pesquisa contesta a eficiência do líder servidor de “O Monge e o Executivo” e exalta os executivos reservados e disciplinados. É o que mostra a reportagem de capa da edição de AMANHÃ que está nas bancas

Por: Andreas Müller - Redação de AMANHÃ

"Veja bem: eu sou de origem alemã. Talvez eu não seja exatamente aquela pessoa capaz de despertar a maior empatia num primeiro momento", pondera Lair Hanzen, diretor financeiro do Grupo Yara. Há três meses trabalhando na sede da empresa em Oslo, capital da Noruega, Hanzen fala pouco e em um tom de voz invariavelmente baixo. Às vezes, chega a ser difícil ouvi-lo sob o chiado intermitente do telefone. Mas as poucas palavras que atravessam o DDI entre Oslo e Porto Alegre não deixam dúvidas: na opinião de Hanzen, o carisma está longe de ser uma característica essencial para um líder corporativo. "O carisma até ajuda a ‘abrir a porta'. Mas não é o mais importante na hora de liderar. Importante, mesmo, é ter capacidade de realização. É ter credibilidade, determinação e uma capacidade de fazer as coisas acontecerem através das pessoas, e não apesar delas", teoriza Hanzen.

Líderes como Lair Hanzen estão em alta. Eles não são carismáticos, não têm personalidades exuberantes e nem sempre se comunicam com sagacidade. Em compensação, têm disciplina, senso de organização e uma capacidade ímpar de executar - ou seja, dão resultados. "São os CEOs que nós costumamos classificar como PEP: persistentes, eficientes e proativos. Em outras palavras, são os CEOs que se concentram em fazer as coisas acontecerem", detalha Steven Kaplan, professor de Empreendedorismo e Finanças da Universidade de Chicago, em entrevista a AMANHÃ. Em janeiro deste ano, Kaplan concluiu um amplo estudo sobre quais características são mais importantes para o sucesso de um líder. A conclusão foi surpreendente: os CEOs que apresentam melhor desempenho não se destacam pela habilidade no trato com as pessoas - e sim pela destreza com que executam tarefas e controlam rotinas. Para Kaplan, relacionar-se bem com colegas e subordinados é como falar inglês: um requisito elementar, quase banal, que não pode ser visto como diferencial de liderança.

A edição de julho da Revista AMANHÃ ajuda a desvendar o perfil dessa espécie de "líder fazedor" - que serve de contraponto ao ideal do "líder servidor", tornado célebre no livro "O Monge e o Executivo". AMANHÃ mostra por que a velha necessidade de humanizar as relações de trabalho está dando origem a uma geração de executivos muito legais, mas não necessariamente eficientes. E convida o leitor a fazer uma reflexão: afinal, até que ponto o líder precisa ser um sujeito encantador para liderar?

Que fique claro: Lair Hanzen não ignora as necessidades de se tratar bem as pessoas. Para ele, o líder tem de ter foco na realização - meta que só pode ser atingida por meio de uma equipe engajada, motivada, etc. "O líder precisa saber o que a empresa faz, como faz, etc. Mas não precisa ser o profissional mais ocupado da empresa. O essencial é dar a direção correta, tirar o melhor das pessoas e fazer com que elas façam a coisa acontecer", explica o executivo, que mesmo falando pouco já presidiu as subsidiárias da Yara no Brasil e na Argentina.

Poder de persuasão: coach explica como desenvolver essa competência

Por: Karin Sato - InfoMoney

Profissionais querem sabem como suas opiniões podem ser levadas a sério, de forma a aliviar frustrações diárias.

Alguns já nasceram com essa competência. Sem empreender muita energia e esforço, conseguem tudo o que desejam. É de se esperar que suas vidas sejam mais fáceis também. O poder da persuasão, que tem muito a ver com a neurolinguística, é tema dos livros mais vendidos no País na atualidade. As pessoas querem que suas opiniões sejam levadas a sério, de forma a aliviar suas frustrações diárias.

"Não é apenas no mundo corporativo que saber persuadir é fundamental. A persuasão traz resultados também na vida pessoal. Quem possui o poder da persuasão se relaciona melhor com as pessoas e isso ocasiona bem-estar", afirma o presidente da Sociedade Latino Americana de Coaching, Sulivan França.

Segundo ele, a capacidade de persuasão é essencial para publicitários, médicos, profissionais de Recursos Humanos, vendedores, advogados, coachs, consultores, entre outras atividades.

..:: Dá para desenvolver? ::..

Perante a dificuldade de fazer valer suas ideias sem causar questionamentos e aversões na equipe, a maioria dos profissionais que se sentem frustrados se pergunta: dá para desenvolver o poder da persuasão? Eu posso mudar meu jeito de me relacionar com colegas de trabalho e superiores? Como isso é possível?

França diz que as pessoas não só podem desenvolver a persuasão como devem. "Aqueles com capacidade de persuadir conseguem criar um ambiente harmonioso em torno de si", garante.
"Por outro lado, quem não tem essa competência costuma ser visto como antipático. Determinadas pessoas simplesmente não são agradáveis. Mas não se trata de antipatia, elas apenas não conseguem persuadir os demais. Este é um traço comum entre profissionais que trabalham mais com a lógica do que com a inteligência emocional. Há ainda aqueles que são inflexíveis e intolerantes".
..:: A persuasão e o carisma ::..

Para quem está decidido a se aprimorar, saiba que a persuasão está atrelada à capacidade de compreender o próximo. "É preciso entender as demandas alheias e se permitir a ajudar. Trata-se de uma capacidade relacionada ao carisma e à compreensão do mapa mental das pessoas com quem se convive".

Como saber se alguém tem o poder da persuasão? É simples. Geralmente, quem tem esse poder interage com os demais de forma diferenciada, sendo influente e carismático, na maioria das vezes sem precisar se esforçar para tal.

Carisma, para quem não sabe, é justamente aquele dom que tem tudo a ver com flexibilidade e capacidade de escutar. Não de ouvir, mas de escutar. "Pessoas com poder de persuasão gostam de escutar, ou seja, elas não apenas ouvem o que os demais têm a dizer como também permanecem o tempo todo atentas aos sinais que a face, a expressão corporal e a forma de se comunicar transmitem", afirma.

Quando chegamos a este tópico, muitos se perguntam: dá para persuadir o interlocutor se a conversa ocorrer por telefone e não for presencial? "Sim", responde o coach. "Por meio do ritmo de voz, da forma como se comunica, do tópico da conversa que é enfatizado sutilmente...", explica.

..:: Persuasão em apresentações ::..

Outra dúvida que pode surgir é: "Se tenho de escutar as pessoas mais do que falar, como devo agir durante uma apresentação?".

Durante apresentações de produtos ou projetos, França recomenda a brevidade. "Seja sucinto, faça uma apresentação de três minutos e depois deixe as pessoas fazerem perguntas. Dentro desta tática, é importante terminar raciocínios com frases abertas, como "Do que você mais gostou a respeito deste projeto?", que dão abertura para a conversa continuar".

..:: O que impede a persuasão? ::..

O que pode impedir a persuasão logo de cara é a abordagem de uma crença, por exemplo. Ser flexível e tolerante sempre é a regra número um. "Se um cliente fala de um valor cuja importância para ele é perceptível, é possível mostrar outro ponto de vista, mas de forma sutil e sempre respeitando diferentes opiniões".

Outra dica na hora de persuadir diz respeito à expressão corporal. No momento da conversa, analise o interlocutor e procure ficar em posições parecidas com a dele. Logo, se as pernas estão cruzadas, cruze as pernas também.

França finaliza lembrando que, em um mundo profissional competitivo, existem pessoas boas, ótimas e excelentes. As boas têm pouco conteúdo, mas sabem persuadir. As ótimas têm conteúdo, mas não sabem persuadir. Já os profissionais em estado de excelência têm tudo ao seu alcance: conteúdo e poder de persuasão.

Seleções precisam de menos personagem e mais personalidade, afirmam especialistas

Por: Viviane Macedo - Uol Emprego

Algumas dicas podem ajudar, mas receitas prontas para processos seletivos bem-sucedidos, realmente não existem. Ter atenção, foco e conhecer o mínimo da empresa são pontos primordiais e precisam ser do conhecimento de qualquer profissional, mas quando o assunto é maneira de ser e agir, definitivamente, não há certo ou errado, afinal nunca se sabe qual é o perfil desejado pela empresa.

Apesar disso, é cada vez mais comum encontrar candidatos "robôs", com respostas prontas, mecanizadas e um tanto clichês. Quem afirma é Bruna Dias, consultora da DMRH. "O que acontece é que hoje, em algumas dinâmicas de grupo, todo mundo tem a mesma fala, o mesmo discurso e isso não é real. Um discurso consistente acontece quando a pessoa é ela mesma, passa segurança no que fala, mostra-se à vontade com relação a isso", aponta a consultora. Segundo ela, além de demonstrar a criação de um personagem, muitos profissionais acabam se prejudicando no processo, às vezes, deixando de ser o que realmente a organização esperava para aquela posição.

..:: Com preparação, sem máscaras ::..

Quem se prepara não precisa usar máscaras no processo seletivo - quando conhece a empresa ou, pelo menos, o básico sobre ela, o candidato se torna muito mais competitivo na seleção. "Antes de ter qualquer contato com a organização é importante fazer uma busca no site, ler sobre o concorrente dela, como ela está no mercado", explica Fábia Cristina de Barros, gerente da Foco Futuro, divisão do Grupo Foco.

Personagens surgem justamente com a falta de preparo. Fábia garante que não saber sobre a companhia já é uma falha grave, mas não conhecer o próprio currículo é uma gafe maior ainda, que acontece muito hoje. "Não basta ter um currículo, é preciso conhecê-lo. As atividades desenvolvidas nas últimas empresas, os cursos que fez, quem deu, por que fez o curso, como ele agregou. Foi a uma palestra, então ter um motivo para isso, saber sobre o palestrante, suas ideias. Enfim, o candidato tem de ter sempre um conteúdo a mais para mostrar profundidade, envolvimento e não cair na armadilha de tentar ser o que não é", alerta.

Essa clareza no discurso vale muito mais do que qualquer mentira inventada para impressionar o selecionador. "Mentir realmente não vale a pena, porque se eu minto para entrar numa organização eu estou mentindo pra mim mesma. Além disso, vou ter de sustentar essa mentira por muito tempo, não compensa", diz Bruna.

..:: Os processos hoje ::..

Segundo Fábia, hoje, as entrevistas mais comuns são por competências, o entrevistador busca fatos reais já ocorridos com o profissional, para conhecer um pouco mais sobre seu perfil e atitudes no dia a dia no ambiente de trabalho. "O selecionador pede, por exemplo, que o candidato conte uma situação onde teve de agir com criatividade para resolver um problema", explica Fábia. Ela afirma que a resposta tem de ser a mais natural possível e mesmo que tenha um caso negativo, o profissional pode colocar. "Um bom profissional se faz de erros e acertos. As pessoas tendem a mascarar as gafes da carreira achando que é um fator negativo, mas não é, desde que se tenha aprendido com isso", completa.

Outro alerta importante é com relação aos perfis. "Cada empresa tem uma necessidade, um estilo. Não existe essa história de perfil de trainee ser um, perfil para estagiário ser outro. Vai depender da empresa, do que ela espera de cada profissional", garante Bruna. A consultora explica que tentar se enquadrar a um perfil é um engano e o que tem de ser preservado em qualquer processo é a personalidade. "A preparação é devida, mas o candidato deve cuidar para não ser artificial. É preciso manter as características pessoais e imprimir a marca naquilo que está falando e não simplesmente reproduzir falas politicamente corretas", completa.

Algumas dicas sobre como ir bem em processos seletivos são sempre bem-vindas, mas seguir scripts não é a recomendação das consultoras. "Saber mais sobre seleções pode ajudar muito o profissional, mas ele precisa entender antes que as dicas existem apenas como um suporte, portanto é preciso filtrar e adequar àquilo que ele é de verdade - se existe segredo é esse, ser sempre você mesmo", finaliza Bruna.

Mercado de trabalho cresce mais para mulheres

Rais mostra aumento de 5,5% na força de trabalho feminina, frente a 4,44% para homens. Entre profissionais com Nível Superior Completo há mais mulheres que homens no mercado de trabalho.

Em 2008, a força de trabalho feminina cresceu mais do que a masculina, segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2008) divulgados nesta quinta-feira (6) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi. O aumento registrado foi de 5,5% para elas, frente a 4,4% para os homens.

A força de trabalho feminina continua preponderante em relação à dos homens nos níveis de instrução Superior Incompleto e Completo. Elas são, por exemplo, 3,6 milhões com terceiro grau completo, contra 2,5 milhões de homens com o mesmo grau de instrução. por outro lado, nos níveis que demandam pouca qualificação elas estão em menor número.
"Há mais homens ocupando empregos que exigem menos escolaridade porque são vagas que, normalmente, exigem mais trabalho braçal. O mercado de trabalho busca profissionais mais bem preparados, com mais estudo. É um aviso aos jovens para que não deixem de estudar. E o Governo Federal está investindo na preparação dos trabalhadores brasileiros: este ano serão qualificados pelo MTE mais de um milhão de pessoas, beneficiários do Projovem Trabalhador, dos Planos Setoriais de Qualificação, do Jovem Aprendiz e em parceria com as escolas técnicas federais", lembrou Lupi.


No Ensino Médio Completo, o número de vagas ocupadas por homens (806,4 mil - 10,68%) cresceu mais do que por mulheres (554,0 mil - 8,80%). Foram registradas no Brasil em 2008 novos 1,3 milhão de postos (9,82%) neste nível de escolaridade. Em números absolutos, este resultado mais que superou a perda ocorrida nas faixas até a Oitava Série Completa do Ensino Fundamental, e, em termos relativos, situa-se bem acima da média nacional (4,88%).

..:: Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)