"Ouvi que o crescimento desacelerará no próximo ano, mas não ligo", diz Kaufer à reportagem na sede da empresa, em Newton (Grande Boston). "Nada no cenário econômico, no tamanho da população ou no seu poder de compra me assusta. Para os próximos dez anos, não tenho dúvidas [sobre o Brasil]."
Kaufer, nascido em 1962, tende a acertar suas apostas. Cientista da computação por Harvard e pai viúvo de quatro adolescentes, criou o Trip Advisor em 2000, sem experiência no mercado de turismo e frustrado ao tentar planejar viagens on-line.
Hoje o site tem 260 milhões de visitantes ao mês (2,3 milhões em sua versão .br, segundo a consultoria especializada comScore), 21 idiomas e 70 postagens por minuto.
Desde o fim de 2011, quando foi listado na Bolsa de empresas de tecnologia em Nova York, suas ações subiram 185% - 56% só neste ano, após a receita crescer 20% em 2012, para US$ 763 milhões.
A recepção ao site, o décimo mais acessado no Brasil para viagens segundo a comScore, deu a Kaufer confiança para perder dinheiro.
Em junho, o layout de sua página mudou para eliminar janelas pop-up com ofertas de sites de reservas, trocando-as por uma tabela simples na qual o usuário clica apenas no seu escolhido. Os viajantes amaram, diz ele, mas os clientes-anunciantes não. "Custou-nos milhões, mas vamos recuperar. Damos menos cliques aos clientes, mas são cliques mais eficazes."
Antes parte do Expedia.com, da qual se separou em 2011, expandiu sob a crise global, brigou publicamente com o Google pelo uso de seu conteúdo e saiu comprando start-ups que complementassem seu negócio, fossem elas para planejar cruzeiros ou enviar postais digitais. Só no semestre passado, foram cinco.
Hoje, o "Wall Street Journal" estima seu valor em US$ 4 bilhões acima da ex-dona. A maior aposta de Kaufer, porém, não está em países, destinos, nichos nem layouts. É a plataforma para celulares, embora ele insista que as pessoas preferem telas grandes para planejar férias ("quem compromete US$ 3.000 no ponto de ônibus?").
Desde 2011, o Trip Advisor é também aplicativo para celular, com guias off-line de 82 cidades. Suas 100 milhões de avaliações estão ali também (algumas delas falsas, que Kaufer diz terem vida curta e pouco peso graças à vigilância dos usuários e à massa crítica de resenhas reais).
Para os próximos anos, ele prevê o comando de voz para montar roteiros, conexão com turistas nas redondezas, plataforma de audioguias e venda de ingressos instantâneos. "No celular, podemos dar mais ao viajante quando ele já está em seu destino."
(Folhapress)
..:: Fonte: Valor Online | http://www.valor.com.br/empresas/3245670/rede-social-de-viagens-trip-advisor-desembarca-no-brasil#ixzz2d7R1NJTZ
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