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9.19.2013

Teatros de Santos funcionam sem o Auto de Vistoria dos Bombeiros

Peça foi cancelada um dia antes da apresentação. Duas unidades seguem fechadas na cidade do litoral de São Paulo.

..:: Fonte: G1 | Santos e Regão

Alguns teatros em Santos, no litoral de São Paulo, estão fechados pelo péssimo estado de conservação, falta de segurança e por não ter o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). Até as unidades que estão em funcionamento também nunca apresentaram o AVCB. Para reabrir as portas do Teatro Coliseu, por exemplo, será preciso gastar cerca de R$ 2 milhões.

Os quatro teatros da cidade, administrados pela prefeitura, entre os que estão fechados e os em funcionamento, nunca apresentaram o AVCB, um documento obrigatório. Muitas salas de teatro foram fechadas pela falta do documento e também pelas más condições de uso. “Naquela área do Centro Cultural Patrícia Galvão, nós temos uma bacia, onde há um acúmulo de água, em função do canal. No momento das chuvas, há uma invasão de água sobre o Teatro Rosinha Mastrângelo. Nós estamos realizando um projeto executivo para reforma de todo o complexo do Centro Cultural, que abriga os teatros Rosinha e Municipal“, conta o secretário de Cultura da cidade, Raul Christiano.



Entre os teatros vistoriados, o Coliseu e o Rosinha Mastrângelo estão fechados. Já no Guarany, que está aberto ao público, os bombeiros verificaram que os camarotes não têm a proteção ideal, e as grades precisam ser mais altas. Ainda de acordo com os bombeiros, se o teatro cheio precisar ser evacuado, fugir pelas portas de emergência vai ser um problema, já que elas abrem para dentro, e não para fora.

Antes de ser fechado para reforma, em abril deste ano, o Teatro Coliseu passou 10 anos interditado. No passado, o teatro seria reformado em 30 meses, mas as obras se arrastaram por 10 anos, e o valor gasto, que inicialmente era de R$ 7 milhões, foi de mais R$ 20 milhões. A nova reforma, exigida pelo Corpo de Bombeiros, deve custar R$ 2 milhões. Segundo a prefeitura, a obra está sendo realizada por duas empresas da cidade, e de graça.

O pedido para fechar novamente o local foi realizado porque o telhado poderia cair a qualquer momento, e caiu. O acidente aconteceu no acesso à arquibancada, e não feriu ninguém. Foi constatado que a tubulação do ar-condicionado estava totalmente enferrujada, e infiltrações eram comuns. “O sistema de ar-condicionado estava deficiente no seu funcionamento, e corria o risco de rompimento dessas tubulações. Segundo os técnicos da Secretaria de Infraestrutura e Edificações, esse rompimento de tubulações poderia cair sobre o público presente no teatro”, finaliza o secretário. Os teatros Guarany e Municipal continuam em funcionamento, mas não tem o AVCB.

..:: [Peça cancelada] ::..

Duas peças que seriam realizadas no último fim de semana no teatro Sindi Petro, também em Santos, não puderam ser apresentadas no local. O motivo, segundo a prefeitura da cidade, era a falta do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB). As peças eram uma promoção da Associação Lar Espiritual Seara de José. “Soubemos que é de praxe só para os teatros que não são da prefeitura. Ao longo de 20 anos, nós trouxemos uns seis espetáculos espíritas ao Teatro Municipal, e lá não precisa dessa autorização”, explica a presidente da entidade, Elana Braga de Carvalho.

Um dos espetáculos foi divulgado no site da Prefeitura de Santos, mas no final da tarde de sexta-feira (13), veio a notificação da própria prefeitura. Uma das peças foi cancelada, e a outra apresentada de forma provisória na sede da Associação Espírita. “Tivemos que contratar toda a parte de iluminação e som. Tivemos que enfrentaro público, porque muitas pessoas se revoltaram, compraram o ingresso para ir ao teatro e não em uma casa espírita”, conta o presidente.

Os bombeiros alegam que não podem falar sobre o assunto, e pediram para entrar em contato com a Secretaria de Segurança Pública do Estado. De acordo com a Secretaria, os teatros não tem o AVCB, mas não cabe ao Corpo de Bombeiros fazer esse tipo de fiscalização. Ainda segundo a Secretaria, quem deve fazer essa fiscalização são as prefeituras.

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