Por: Aristides Faria
O Anfitrião Profissional, ou seja, aquela pessoa que desenvolve sua carreira em negócios ligados ao segmenta da hospitalidade comercial, depende essencialmente da cooperação para obter sucesso no logro de seus objetivos. A qualidade da ligação comercial entre empresas e pessoas (que compõem tais organizações) define quão bem sucedido será o profissional.
O ponto-chave aqui não é a ascensão linear, mas o aprendizado organizacional e o amadurecimento experimentado por quem compartilha tanto os louros, quanto os deslizes da carreira. É interessante perceber que, ao tratar da cooperação, naturalmente toca-se na questão da confiança.
A cultura brasileira tende os relacionamentos profissionais ao lado emocional, pessoal. Contudo, deve-se ter cuidado aí, afinal, o mundo dos negócios tem de ser balizado por ética e honestidade e não pela paixão que se vive em outros campos da vida. Isto quer dizer que, por serem parceiros comerciais, dois gestores de hotéis não têm, necessariamente, que ser amigos.
A compreensão de confiança necessária aqui é, na verdade, uma estritamente comercial. Esta, por sua vez, não tem menos valor do que uma confiança passional e pode ser resumida como ética.
É pertinente citar a visão de Child e Faulknet (1998, p.46), que afirma ser a “confiança um risco, por definição, por que, sem alguma incerteza pairando sobre o relacionamento ou parceria, ela não seria lembrada”. Faz todo sentido se voltarmos às reflexões anteriormente levantadas. Afinal, entendendo a confiança como uma ética, que somente aflora em momentos de incerteza, o ato de confiar passa a ser um novo elo da corrente/parceria.
A incerteza de que tratam os autores norte-americanos é diferente daquela com a qual estamos acostumados a referenciarmos no contexto brasileiro, justamente por nosso aspecto até afetivo de fazer negócios. Assim, a confiança de que tratam os mesmos é também diferente. É uma confiança resumida, como visto, na ética. É um comportamento que não diz respeito a quem se dirige, mas simplesmente existe por ser uma ética necessária.
Surge neste cenário o “jeitinho brasileiro”. É uma situação em que um recepcionista deixa um hóspede habituè receber uma garota de programa sem que esta seja identificada na recepção para que este, por exemplo, não pague por mais um hóspede em seu apartamento, conforme as normas do hotel. Desta situação simples e de certo modo corriqueira, fica fácil perceber que vai por água a baixo a confiança/ética e a parceria que um gestor deve estabelecer com seus colaboradores.
Após todas estas reflexões, fica patente que uma forte tendência do turismo é o desenvolvimento sustentável da carreira baseado em valores e em comportamentos éticos. Planejar cada passo a ser dado e traçar uma estratégia competitiva são fatores determinantes ao sucesso de um Anfitrião Profissional.
Referência
CHILD, John; FAULKNER, David. Strategies of Co-operation. England: Oxford University Press, 1998.
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