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9.13.2008

Líderes Vs. Recursos Humanos

Por: Cleverson Uliana

Imagine cerca de 30 executivos de Recursos Humanos reunidos para discutir temas relacionados à gestão de pessoas nas suas empresas. Esse é o Fórum Latino-americano de Dirigentes de RH, que acontece anualmente e cujas conclusões são apresentadas no CONARH.

Confesso que fiquei surpreso com alguns resultados que evidenciam o quanto é longo o caminho que ainda temos de percorrer para gerir melhor e liderar com excelência os talentos de nossas empresas. Quero compartilhar algumas das conclusões apresentadas com você.

Embora 97% dos dirigentes de RH considerem extremamente importante atrair e reter talentos para atingir as estratégias e metas do negócio, eles acreditam que 60% dos executivos de suas empresas estão pouco preparados para ser bons gestores de pessoas. É difícil encontrar “culpados” por essa preocupante estatística. Afinal, não seria esse RH um dos principais responsáveis pela contratação e desenvolvimento desses líderes?

Quando questionados sobre o percentual do tempo que os executivos gastam com gestão de pessoas e talentos, 36% dos dirigentes de RH afirmam: de 40% a 60%, enquanto 33% apontam que menos de 40% do tempo dos presidentes é dedicado às pessoas, que são – ou deveriam ser – os grandes diferenciais de sua organização. Panorama também inquietante, não?

Mas se você acha que já falei sobre as estatísticas mais espantosas, preste atenção na próxima. Apesar de tudo que foi apontado, 43% dos dirigentes de RH consideram as práticas de gestão de talentos da sua empresa razoavelmente adequadas, enquanto 40% dizem que elas são adequadas. Isso quer dizer que mesmo com líderes pouco preparados e dedicando pouco tempo a suas equipes, as práticas de gestão de talentos das organizações são “razoavelmente adequadas” ou então “adequadas”, segundo 83% dos dirigentes de RH.

Vistas isoladamente, talvez essas conclusões do Fórum Latino-americano de Dirigentes de RH não tenham tanto impacto. Entretanto, ao cruzarmos os resultados, não há como ignorar tais questionamentos, você não acha?

Essas conclusões, aliás, dão abertura a uma indagação que vem se tornando constante em muitas empresas. Quanto de tudo isso é responsabilidade do RH? Quanto é responsabilidade dos líderes? E os colaboradores também têm sua parcela de culpa?

Cleverson Uliana é Redator-chefe da Revista Liderança
E-mail: cleverson@lideraonline.com.br

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