Por: Aristides Faria
Ao longo dos últimos anos, sobretudo a partir
de 2011, comecei a me especializar em temas relacionados com a administração
pública. Naquele ano assumi o cargo de Coordenador de Turismo e Eventos da
Secretaria de Cultura e Turismo (SECTUR) da Estância Balneária de Praia Grande,
cidade localizada no litoral paulista.
Naquela época tudo era novidade e eu tive a
grata oportunidade de aprender muito e trabalhar com profissionais expoentes em
diversas áreas da gestão cultural e do turismo. Foi realmente muito
enriquecedor!
Uma das experiências mais bacanas dentro do período em que liderei esse importante departamento foi a organização do Festejo de Iemanjá, que é tido como um dos maiores eventos religiosos do país. Compartilho a seguir alguns dados sobre o processo de reformatação do projeto e implementação de uma série de inovações que desenvolvi com a equipe da SECTUR.
Uma das experiências mais bacanas dentro do período em que liderei esse importante departamento foi a organização do Festejo de Iemanjá, que é tido como um dos maiores eventos religiosos do país. Compartilho a seguir alguns dados sobre o processo de reformatação do projeto e implementação de uma série de inovações que desenvolvi com a equipe da SECTUR.
Um breve histórico
O evento originou-se em 1969, quando o então
Prefeito Municipal, Dorivaldo Loria Júnior, e o presidente do Conselho
Municipal de Turismo, José Moura, em conjunto com diversas Federações,
idealizaram o evento. É interessante observar que o município obteve sua
emancipação em 1967, desse modo, o Festejo possui estreita relação com a
história da cidade (TOSCHI, 2008).
Esse evento ocorre tradicionalmente nas duas primeiras semanas do mês de dezembro, mas o período de planejamento e organização do Festejo inicia-se antes disso, ainda em julho, conforme notícias veiculadas pela imprensa oficial.
Esse evento ocorre tradicionalmente nas duas primeiras semanas do mês de dezembro, mas o período de planejamento e organização do Festejo inicia-se antes disso, ainda em julho, conforme notícias veiculadas pela imprensa oficial.
Contextualização
No município de Praia Grande há uma estátua de
8 metros de altura erguida em homenagem a Iemanjá. O monumento, construído em
data incerta em meados da década de 1960, é ladeado por 16 coqueiros que
representam os orixás (deuses) da Umbanda e localiza-se na orla do bairro
Mirim.
Os participantes do Festejo são organizados ao longo de um trecho de
aproximadamente seis quilômetros da orla da cidade. Há período de inscrições e
recolhimento de taxas a municipalidade. Esses participantes são segmentados em
dois grupos: “Federados”, que são agremiações vinculadas a grandes entidades do
setor; e os “Não federados”, indivíduos, grupos particulares ou entidades independentes,
sem vínculos institucionais. Em relação direta ao evento, a diferença entre
eles é que os grupos Federados são corealizadores do evento, assim, participam
da tomada de decisões junto com o poder público local.
Apresenta-se a seguir dados estatísticos sobre o projeto de realização
do referido evento. São considerados índices sobre o perfil do público
visitante, o meio de hospedagem utilizado, o meio de transporte utilizado e o
impacto gerado na economia local, entre outros.
Inovações na gestão pública
municipal do turismo
Com a implantação da informatização e
sistematização da gestão evento foi possível aferir que 1,58% do total de
inscritos correspondem a grupos vinculados a Federações, enquanto 42% são de
grupos independentes, não federados.
Esses índices correspondem aos dois períodos
do Festejo de Iemanjá 2011 (dois finais de semana subsequentes). Ao todo, foram
registradas 837 Agremiações, divididas em 27 Federações, sendo estas oriundas
de 40 municípios diferentes. Em média, as Federações reúnem 31 agremiações com
atuação, sobretudo, no estado de São Paulo.
A nova sistemática possibilitou, ainda,
determinar a origem desses grupos: entre os Não federados, as principais
cidades de origem são: São Paulo (41); Santana do Parnaíba (7) e Bragança
Paulista (4). Já entre as agremiações Federadas, as principais são: São Paulo
(72); Carapicuíba (11); Guarulhos (10). Distribuídas em um universo de 26 cidades.
A Secretaria de Trânsito e Transporte
elaborou, em parceria com a Coordenadoria de Turismo e Eventos, departamento
subordinado a Secretaria de Cultura e Turismo, um roteiro de acessos e
restrições aos veículos envolvidos na realização do Festejo. Assim, ainda que
não haja cobrança de taxas sobre o acesso e trânsito de automóveis
particulares, é importante antever o fluxo desses veículos no município. Para
suporte ao público visitante, foi disponibilizada uma guarnição da Guarda Civil
Municipal nesse posto.
Os pagamentos das taxas de inscrições foram
realizados por meio de boleto bancário, que foram, também, utilizados como
comprovante de inscrição no “Festejo de Iemanjá / Praia Grande 2011”. Foi
montado um “Posto de Validação” no estacionamento do Paço Municipal (localizado
próximo a Estátua de Iemanjá) para a verificação da quitação dessas
contribuições. É importante citar que a totalidade do montante arrecadado foi
revertida ao Fundo Municipal de Cultura, que tem gestão participativa sob
liderança da SECTUR.
Com a força de lei, foram impostas uma série
de sanções como, por exemplo, a respeito do não cumprimento do pagamento da
taxa de inscrição. O não cumprimento dessa obrigação infringe a Lei nº 1.442 de
02 de setembro de 2009, que estabelece os critérios para entrada, circulação e
estacionamento de ônibus e micro-ônibus. Ficam impedidos, nesse caso, de
acessar, permanecer e circular dentro do perímetro do município de Praia
Grande.
A experiência é muito mais ampla e nesse
pequeno texto eu não seria capaz de sintetiza-la de modo completo. Então,
disponibilizo meu e-mail (aristidesfaria@rhemhospitaldiade.com) para que você
possa entrar em contato e solicitar o material na íntegra.
Referências
PREFEITURA MUNICIPAL (PRAIA GRANDE). Lei nº
1.442 de 02 de setembro de 2009. Disponível em: < http://www.praiagrande.sp.gov.br/Administracao/leisdecretos_view.asp?codLeis=3132 >. Acesso em:
02 de julho de 2014.
TOSCHI, C. S. Praia Grande antes da
emancipação. Santos (SP): Espaço do Autor, 2008.
Nenhum comentário:
Postar um comentário