..:: Por: Aristides Faria | [RH em Hospitalidade]
O jornal A Tribuna publicou em 11 de janeiro um editorial intitulado ‘Cidades da região não estão na lista de turismo da Copa de 2014’. Nesse texto sua autora colhe manifestações da Secretária de Turismo de Santos, Presidente do Santos e Região Convention & Visitors Bureau e Secretária de Turismo de Guarujá, que afirmam articular audiência com o Exmo. Sr. Ministro do Turismo Gastão Vieira.
Não se trata, em qualquer instância, de ingerência contemporânea ou falhas pessoais. É o resultado de uma série histórica de ações iniciadas e ‘não’ ou ‘mal’ acabadas. A descontinuidade e a fragmentação de uma política – de fato – regionalista também podem ser consideradas como ‘causas’ para esse ‘efeito’.
A Costa da Mata Atlântica, marca turística da Região Metropolitana da Baixada Santista, jamais foi contemplada como merece nos roteiros sugeridos pelo MTur ou pela Embratur. A então Secretaria de Esporte, Lazer e Turismo do Governo do Estado de São Paulo tardou em utilizar essa marca em seu material institucional. Os municípios da região timidamente aderem seu uso. Parte dos operadores de turismo receptivo da região a ignoram. Promotores de eventos a desconhecem.Fica patente que tal audiência é tardia e objetiva remediar um problema crônico, cultural e alimentado pela incapacidade dos atores desse setor em articularem-se em favor de benefícios comuns. A desconsideração da região não é novidade e escancara a ausência de representatividade do trade turístico local em nível estadual e federal.
Iniciativas como os programas ‘Roda SP’ e ‘Passos dos Jesuítas’ tiram o foco das discussões no estado de São Paulo. Nota-se, nesse bojo, que são raras as consultas a academia. pesquisadores e docentes, certamente, têm levado há tempos a discussão em torno dos mega eventos e toda parafernalha de eventos e ações promocionais em torno destes.
Mais do que nunca, torna-se claro o papel do poder público: abrir caminho aos empreendedores. Pergunta-se: é mais importante figurar em um catálogo institucional entre quase duas centenas de 'destinos'; ou firmar contratos e parcerias comerciais com operadores de outros estados e países, o que de fato gera fluxo de visitantes e empregos diretos e indiretos?
Rever desnecessariamente o rol de destinos e produtos eleitos como prioritários – aliás, a região é um produto? – é retroceder e descartar a Matriz de Seleção, elaborada pelos técnicos do MTur. E descartar o empenho desses profissionais é atender deseducar cidades e regiões de que, antes de se intitularem como destinos turísticos, é necessário que se consolide um mercado: operadoras de turismo, agências de viagens e turismo, agências de turismo, guias de turismo devidamente credenciados, meios de hospedagem certificados e a profissionais remunerados corretamente.
Enfim, antes de “articular uma audiência”, o poder público e o terceiro setor deve comprometer-se em fomentar a adesão ao CADASTUR, por exemplo. O foco da discussão deve ser mantido sobre o que realmente importa: desprendimento em qualificar pessoas e consolidar um produto efetivamente regional.
..:: Participem de nossos diversos canais: Twitter , Linked In, Orkut, FaceBook, Via 6, Hôtelier Club, SlideShare, You Tube, Multiply e OverStream.
Nenhum comentário:
Postar um comentário