A crise econômica na Europa não vai estragar as festas de fim de ano em Paris, pelo menos a do setor de hotelaria. A taxa de ocupação dos hotéis na capital, de 82% em dezembro, é superior à registrada neste mesmo período em 2010, de 74%. Isso apesar do aumento médio de 5% nos preços das diárias, segundo dados da consultoria MKG Hospitality.
A clientela dos países emergentes, principalmente dos BRICS - Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul - contribui consideravelmente à boa performance nesta época de festas. E também para os resultados globais do setor hoteleiro (sobretudo de alto luxo) da capital em 2011, que deve registrar globalmente neste ano uma taxa de ocupação superior a 82%, contra 80,2% em 2010.
Na prática, os turistas de países emergentes estão compensando a diminuição dos visitantes europeus, sobretudo espanhóis e italianos, cujo número de diárias nos hotéis parisienses despencou quase 10% no acumulado de janeiro a setembro, conforme os últimos dados divulgados pelo Escritório de Turismo de Paris.
"Os países emergentes têm um participação forte no desempenho da hotelaria de alto luxo em Paris. Os brasileiros, russos e chineses contribuem para a dinâmica do setor", afirma Vanguélis Panayotis, diretor da MKG Hospitality.
Não será o luxuoso George V, com diárias a partir de € 1.050 nesta época de festas, que dirá o contrário. Em 2011, a clientela dos países dos BRICS cresceu 15%, enquanto a europeia caiu até 2%. O hotel prevê uma taxa de ocupação de 80% a 85% no Natal e de 90% no Ano Novo. O desempenho é similar ao do mesmo período no ano passado, mesmo com o aumento de 4% nos preços em dezembro.O George V se prepara para encerrar 2011 como "o melhor ano de sua história", contou ao Valor Francisco Garcia, diretor de marketing do hotel. "Os emergentes tiveram um papel importante nesse resultado, além do aumento das diárias no ano. Um dos nossos pontos fortes é a diversificação da clientela, ainda mais em períodos difíceis", diz ele.
Os russos já integram as cinco principais nacionalidades de hóspedes do George V em termos de faturamento. Os turistas brasileiros aumentaram 4% em 2011 e já estão entre as dez maiores. Os clientes chineses e indianos quase dobraram neste ano, mas ainda não representam nem 1% das vendas, segundo Garcia.
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