Por: Samuel Paz
A área de Recursos Humanos vem há muito tempo convivendo com notícias das mais diversas origens, a maioria delas focadas sobre as mudanças que estão ocorrendo no contexto das relações do trabalho. Isso é evidente e não temos como contestar.
Também podemos visualizar uma preocupação extremada sobre as dificuldades de transformação dos RH's. Desses, muitos ainda estão centrados na Administração Científica e outros, na Escola Behaviorista, cuja maior contribuição foi a essência do uso das teorias "X" e "Y" promovendo em suas ações modelos assistencialistas e paternalistas altamente combatidos por provarem ser nocivos ao desenvolvimento das pessoas e empresas.
Muitos dos assuntos referentes à modernização que temos presenciado para a transformação dos Recursos Humanos giram em torno de descentralização, consultoria interna, planejamento estratégico, administração de mudanças, gerenciamento participativo, comprometimento, envolvimento e motivação dos funcionários.
Assim consideramos alguns desafios a serem enfrentados e vencidos pelo RH para se atualizar, tornando-o mais eficaz e competitivo. O resumo de tudo é como trilhar o caminho da modernização, sem desqualificar o atual estágio de desenvolvimento dos Recursos Humanos, para que possa impactar sensíveis mudanças no ambiente organizacional, elevando a qualidade, a produtividade e a competitividade das empresas.
A nossa proposta para reflexão, parte do princípio de que as empresas precisam de respostas rápidas e de grande valor agregado ao negócio, de forma criativa e de baixo custo. Também não podemos esquecer que as organizações querem pessoas comprometidas e engajadas em seus objetivos, e que os RH's têm evoluído muito nas últimas décadas, mas que precisa evoluir mais.
Cabe ao gestor de Recursos Humanos buscar novas fontes de estímulo, de recompensa e de contínua aprendizagem para as pessoas das empresas. Portanto, se é nas dificuldades "que o soldado mostra o seu valor", está na hora dos gestores de RH mostrarem também a que vieram nessa nova era também chamada "era do conhecimento e da velocidade".
O mercado e a empregabilidade têm mostrado que se os gestores de RH não mudarem e se modernizarem em seu modelo de atuação, deixando de ser para algumas empresas "um mal necessário", em pouco tempo estarão fora do mercado. A seguir, descrevemos alguns desafios de mudança a serem enfrentados pelo atual gestor de Recursos Humanos e que em pouco tempo produzirão benefícios visíveis em toda equipe e como conseqüência nas suas empresas.
O primeiro desafio será se desenvolver na área psicológica, para entender as relações de prazer e sofrimento existentes nas relações de trabalho que ora gera prazer, e ora produz sofrimento ao trabalhador. Assim o fazendo estará mais capacitado para intermediar, amenizar e, se possível, eliminar os conflitos que permeiam a interface do trabalho, fazendo a relação entre trabalhador versus atividade, deixe de ser penosa se torne mais prazerosa.
O segundo desafio será tornar-se realmente um gestor interno; não aquele gestor de "sala com ar-condicionado", mas um parceiro de "chão de fábrica", vivenciando, sentindo e compartilhando das tristezas e alegrias dos funcionários.
O terceiro desafio será implantar uma gestão participativa, adaptando alguns modelos atualmente utilizados, evoluindo para um novo padrão, através da nomeação de um Grupo Gestor Interno na empresa, composto de representantes de todas as áreas ou departamentos. Esta equipe estará pautada nos princípios da delegação, o que irá gerar mais envolvimento, participação, comprometimento e motivação.
O quarto desafio será delegar a este Grupo Gestor a aplicação das ações emitidas pela área de RH, que nesse fato irá acompanhar, controlar, avaliar e corrigir, caso seja necessário as rotas de obtenção dos resultados. Neste contexto vale lembrar a importância do e-learning como ferramenta de apoio nos treinamentos internos.
O quinto desafio será monitorar continuamente o ambiente interno, registrando, analisando e tomando medidas corretivas e preventivas para todas as falhas, erros e desperdícios. Além disso, irá avaliar periodicamente o clima organizacional, garantindo assim o contínuo aprimoramento de todos, pessoas e processos, tendo como conseqüência a evolução da área de Recursos Humanos.
O sexto desafio será deixar a informalidade, passando a solucionar e a tomar decisões de modo sistemático. O mercado atual globalizado e de alta velocidade nas deliberações não comporta mais um RH com decisões informais com base na intuição, pois elas têm provado ser uma contribuição para a perda de competitividade e atraso nas empresas.
Aliado a tudo isso, vem a exigência de otimização dos processos com os objetivos, a missão, a política da empresa como outro fator de mudança para uma nova postura dos RH's. O mundo moderno não permite mais decisões fundamentadas na informalidade, exigindo competência, velocidade e assertividade, o que poderá ser obtido através de um contínuo aperfeiçoamento e com a prática da gestão participativa.
O sétimo desafio será promover continuamente o feedback de todas as ações junto aos funcionários, pois muitas áreas de RH, possuem excelente programas, mas por não praticarem uma comunicação eficaz, acabam perdendo efeito.
Para muitas empresas, a mudança do RH para um modelo moderno é ainda uma utopia, principalmente pela cultura reinante há anos com a centralização do poder. Assim a nova realidade, que consiste na transparência das ações e a participação dos funcionários mais parece um "bicho de sete cabeças"; juntando a isso, temos também o próprio setor de RH, temeroso de perder poder pela gestão participativa.
Portanto, temos certeza que a implantação de um novo modelo de gestão de RH com a responsabilidade sendo delegada a um Grupo Gestor Interno será a melhor contribuição que os atuais gestores poderão dar às organizações. São desafios e decisões que, se aplicados corretamente, os resultados logo aparecerão como: maior motivação, participação, melhor planejamento das atividades, maior envolvimento e comprometimento dos funcionários, diminuição de conflitos, aumento do espírito de equipe, diminuição de erros, falhas e desperdícios, redução dos custos operacionais, maior valorização da área de RH, impactando assim na melhoria da qualidade e produtividade tanto dos produtos ou serviços e, por fim, contribuindo para a melhoria da competitividade das empresas. Boa sorte a todos!
Fonte da imagem: blog O Buraco Branco
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