É, o desfile da Grande Rio acordou o tema. Não me senti emocionado, pois essa emoção é exclusiva dos participantes da comunidade e dos que trabalharam para o desfile da escola. Ninguém mais pode ter esse sentimento de superação. Nem mesmo os comentaristas que “encheram o saco” com esse tipo de apelo.
A Grande Rio é digna de nossos aplausos esfuziantes.
A história de superação é sempre muito bacana, sempre carregada de depoimentos comoventes. O negócio é que ela ocorre a toda hora, a todo momento.
Quem de nós não tem que se superar para pagar a faculdade da filha; para ajudar o filho que passa por um momento difícil; para conseguir forças na “caça” a um novo emprego ou trabalho; para superar a doença de um ente amado e, mesmo assim, estar pronto para auxiliá-lo ou para encontrar motivos pra viver, ainda que, em muitas vezes, a vida pareça lutar contra?A superação, quando contada em verso, prosa e desfile, é muito bacana pra mostrar que é possível fazer e acontecer. Mas somos nós que temos que fazer.
O pessoal da serra fluminense, de regiões de Santa Catarina, de regiões de São Paulo, e tantos outros lugares, ainda não conseguiram atingir essa esperada superação. Não precisa muito. Passeiem pela cidade e vejam quantos querem e precisam atingir a superação. Sem apelar para a “filosofia de botequim”, a vida nos apresenta esses contrapontos, nos dando a chance de crescer, de evoluir e de superar.
Temos que entender, por exemplo, que a grande maioria está pouco se importando com a minha ou sua superação, pois eles têm as próprias para atingirem. Portanto, eu tenho que procurar os caminhos e não ficar sentado, aguardando que caia do céu ou que uma alma bondosa me resgate, num ato heroico.
É muito fácil a gente se “comprazer” com a dor alheia. É quase um compartilhamento da nossa própria, e constante, dor. Acho que é natural do ser humano, pois é na dor que crescemos.
Mas porque não dividimos as alegrias das vitórias, das conquistas, do sucesso dos outros? Será um certo sentimento de inveja, de egoísmo?
Cada um carrega a sua própria superação com a carga emocional que lhe convier.
Ir de casa até a padaria, comprar um pãozinho e voltar, pode ser uma superação; basta que a pessoa sofra de Síndrome do Pânico. Parar de fumar pode ser uma superação. Tomar algumas decisões — principalmente as não agradáveis — pode ser uma vitória, uma superação. O que não podemos é termos a sensação de que somos pobres coitados.
Temos relatos de superação espalhados em livros, casos, filmes e histórias orais. Todas diferentes. Vamos trabalhar, então, para que um dia possamos contar o nosso caso.
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