Aristides Faria, Professor do Instituto Federal de São Paulo
Hoje, agosto de 2018, ano eleitoral, há incertezas e caminhos ambíguos à frente. É natural, em tempos de crise, que dois grandes temas se destaquem: Política e Economia. Além destes, outros como Segurança, Saúde e Educação públicas caminham juntos.
Bem, fui convidado para escrever sobre Turismo, que, literalmente, é a minha praia. A literalidade se deve ao fato de eu ter nascido e crescido nas praias paulistas e ter desenvolvido minha carreira em destinos turísticos localizados na franja litorânea brasileira.
O ambiente de incertezas e ambiguidades também impacta o mercado turístico, pois investidores seguram suas aplicações, empregados se apegam aos seus trabalhos atuais – ou aceitam trabalhos de menor remuneração – e os governos... em geral, seguem firme na inatividade de sempre!
É essencial que o poder público lidere os demais atores atuantes no setor de viagens e turismo e que estes movimentos façam parte de políticas públicas “com” turismo. Isso significa que políticas públicas de saúde devem contemplar o fluxo turístico que a cidade recebe e poderá vir a receber no futuro.
Significa que políticas públicas voltadas à manutenção da sustentabilidade das praias do município, levem em consideração a realização de eventos culturais e esportivos, por exemplo, que poderão ser realizados nestes espaços.
Isso quer dizer que os dirigentes públicos municipais e os gestores de empresas e entidades setoriais devem buscar meios para o estabelecimento de uma visão compartilhada em relação ao presente e futuro desejado para o destino. Neste sentido, Política e Economia ganham ainda mais importância.
É natural que aspectos inerentes aos grupos de poder e aos partidos políticos mais relevantes na cidade e região façam parte deste cenário. Também é compreensível que o momento do ciclo econômico pelo qual passa o país e a cidade ditem o ritmo e a tolerância a riscos por partes dos múltiplos atores do setor.
Acredito, com isso, que ganham importância os profissionais graduados e experientes na gestão do turismo. Pessoas que congregam formação e experiência têm maior chance de lograr sucesso na gestão do destino e na mobilização dos negócios do setor também. Isso, claro, não é exclusividade do turismo.
Tive a oportunidade de trabalhar como Coordenador de Turismo e Eventos da Secretaria de Cultura e Turismo na Prefeitura de Praia Grande, cidade vizinha. “PG” é uma das cidades mais visitadas do país, seu desenvolvimento – nem sempre sustentável – é patente e o crescimento populacional que a cidade tem experimentado é bastante notório também.
Por lá, Política e Economia, assim como em âmbito nacional, são os grandes temas do momento. Noto, entretanto, que a certa coerência que houve entre as gestões mais recentes pode ter gerado frutos positivos para o mercado turístico local atual.
Espero que o destino Guarujá encontre este rumo e se consolide na posição que lhe é de legítimo direito: a liderança do turismo regional!
Fale com o autor: aristidesfaria@ifsp.edu.br
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