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8.24.2018

Destinos turísticos inteligentes e sustentáveis

Aristides Faria, Professor do Instituto Federal de São Paulo

A vocação turística de Guarujá é inegável. Fatores como a oferta hoteleira e gastronômica excelentes e a beleza cênica de suas praias e mirantes ajudaram a consolidar o município como importante destino turístico nos mercados nacional e internacional.

Além destes aspectos, a riqueza histórica e cultural também é marcante e ano a ano consolida o lema “Viva o Guarujá o ano todo” na memória de quem já visitou a cidade e no imaginário de quem sonha em fazê-lo.

Feita esta introdução, chamo a atenção dos leitores para dois atores inerentes ao negócio do turismo: de um lado o vendedor e do outro o comprador. Isto é, o anfitrião, que acolhe aos visitantes, prestando-lhe serviços de hotelaria, gastronomia, entretenimento e transportes, por exemplo, e os hóspedes que consomem esta oferta.

O turismo, então, se desenvolve a partir destas relações, ou seja, quão melhor for o desempenho dos negócios locais, mais competitivo o destino como um todo tenderá a ser. Em teoria, parece simples, mas há muitos fatores que impactam direta e indiretamente este processo.

Há dois termos em voga quando tratamos sobre gestão de destinos turísticos: inteligentes e sustentáveis. Em síntese, o primeiro refere-se ao gerenciamento dos múltiplos atores atuantes no destino, de sua marca e dos fluxos de visitantes também. O segundo diz respeito à manutenção da boa qualidade ambiental, estrutural e de serviços a moradores e visitantes ao longo do tempo.

Notem, caros leitores, que ambos os termos são indissociáveis! A questão-chave é: quem exercerá a liderança e o protagonismo na gestão do destino turístico?

Na Costa da Mata Atlântica, denominação turística da Região Metropolitana da Baixada Santista, a resposta ainda está no ar. No papel, temos um arranjo institucional importante, mas que não parece conferir legitimidade a qualquer uma das organizações que habitam este universo: Agência Metropolitana da Baixada Santista, Costa da Mata Atlântica Convention & Visitors Bureau, Sebrae, Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares, variadas Instituições de Educação Superior, Sindicato do Comércio Varejista da Baixada Santista, Sindicato dos Trabalhadores em Comércio Hoteleiro, Bares, Restaurantes e Similares de Santos, Baixada Santista, Litoral Sul e Vale do Ribeira e Sindicato Estadual dos Guias de Turismo de São Paulo, além de outras diversas entidades estaduais que mantém representantes na região.

Em nível local, nas nove cidades da região, esta constelação não é menos brilhante, nem conta com muito menos estrelas. Além disso, soma-se a estas organizações, um sem número de empresários de micro e pequeno portes, estudantes (profissionais em formação), profissionais autônomos e mesmo aqueles que atuam na informalidade.

Guarujá manterá e ganhará vantagens competitivas conforme gerenciar estes atores, suas demandas e encontrar uma visão compartilhada entre todos ou quase todos estes. A inteligência competitiva está nas pessoas que liderarão este processo. Quem serão?

Fale com o autor: aristidesfaria@ifsp.edu.br

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