..:: [Pesquisa] ::..

..:: [Translate] ::..

3.30.2015

Experiência gerencial de eventos corporativos: Seminário de Hospitalidade do Litoral Paulista

Por: Aristides Faria

Acredito ter desenvolvido características e comportamentos de empreendedor desde criança. Primeiro, cito o exemplo de mais pais e familiares mais próximos, que têm são profissionais liberais e são até hoje grandes exemplos para mim. 

Depois, me lembro de algumas “manias” minhas como desmontar brinquedos e buscar remontá-los (o que nem sempre deu certo!). Com o tempo fui estimulado a relacionar essa curiosidade com tópicos ligados aos estudos e, posteriormente, ao mundo real do trabalho.

Assim, desde 2007 eu lidero um movimento, um ideal materializado por meio de minha empresa de consultoria em educação corporativa com foco no setor de serviços. Esse “movimento” resultou, por sua vez, em um evento, uma reunião de pessoas que compartilham de interesses em comum. Em 2011 surgiu o Seminário de Hospitalidade do Litoral Paulista (SEHLIPA), que é um pequeno evento corporativo voltado para profissionais do setor de serviços.

Sua primeira edição aconteceu em abril de 2012, um ano depois de sua criação, quando o website institucional do projeto e o weblog (ou blog) foram apresentados ao público. Mais tarde, canais em plataformas sociais, como Facebook e Twitter, também foram criados. Essas ferramentas são participativas e fazem com que o sistema se retroalimente (FERRARI, 2007), ou seja, o lançamento dessas plataformas – aliado a realização de ações presenciais pré-evento – auxiliam na formação de um bando de dados.

Desde o primeiro momento, o Seminário contou com o apoio institucional de entidades setoriais e organismos de governo, então dada a quantidade e qualidade das organizações envolvidas na promoção do Seminário, o desafio para os organizadores foi conhecer seus propósitos e expectativas (FÉLIX, 2010).

Para superar esse desafio e buscar atender tais expectativas, foram realizadas visitas a esses apoiadores, reuniões de trabalho e diversas ações promocionais pré-evento. Realizou-se, também, o envio de correspondências as autoridades que presidem essas organizações no sentido de prestar contas sobre o andamento do projeto.

De acordo com Venturi e Lenzi (2003, p. 45), a criação de um criterioso plano de ação “possibilita uma avaliação cuidadosa dos investimentos requeridos pelo novo negócio, evitando que o empresário venha a ter surpresas desagradáveis no trajeto de implementação”. Dessa maneira, foi elaborado um sistema de comunicação institucional junto com os parceiros de modo que houvesse transparência no processo gerencial do projeto e, no longo prazo, credibilidade junto aos demais envolvidos (stakeholders).

Após a realização bem sucedida da primeira edição do Seminário, ocorrida no Guarujá, o projeto ganhou vulto e novos potenciais parceiros aproximaram-se. Definiu-se, por meio dos novos parceiros institucionais, que a sede da segunda edição do SEHLIPA seria o município de Praia Grande.

Nessa ocasião, a sede do evento foi uma ampla sala de eventos com capacidade para trezentas pessoas. O público não encheu o auditório, mas fez demonstrou o potencial de crescimento do Seminário. Isso viria a se materializar no ano seguinte, em 2014, quando o SEHLIPA foi realizado na capital paulista.

Houve variação do custo operacional entre o lançamento do projeto em 2011 e sua terceira edição, em 2014. Os primeiros doze meses foram dedicados a promoção institucional do evento e as despesas concentram-se em pequenas inserções publicitárias em veículos de abrangência regional.

Em 2012, por outro lado, os gastos foram ligeiramente mais significativos. Isso por que a instituição que sediou o evento cobriu boa parte dos custos por meio do fornecimento de toda infraestrutura necessária para sua consecução.

No ano de 2014, em São Paulo, o espaço foi locado, mas seu tamanho redimensionado, voltando para a capacidade de até duzentos participantes. Nesse sentido, o auditório teve taxa de ocupação de 65%, resultado bastante significado face os 30% do ano anterior.

Entre a segunda e terceira edição realizou-se um balanço sobre o desempenho do evento em termos de comunicação. A partir desse inventário, identificou-se mais de 6.000 acessos ao website do evento, cerca de 8.700 visitas ao blog institucional do Seminário. No campo das redes sociais, a empresa reunia àquela ocasião mais de 1.850 seguidores no Facebook e mais de três horas de conteúdo em áudio visual gerado (direta ou indiretamente).

Foram contabilizadas, ao todo, entre ações pré-evento e em relação as três edições do SEHLIPA, mais de 5.000 imagens. E foram enviados mais de 280.000 e-mails para um grupo de – banco de dados citado anteriormente – de 6.600 assinantes (ao todo, entre 2011 e 2014, realizou-se em torno de 40 campanhas de e-mail marketing alusivas ao projeto e seus apoiadores), que obtiveram taxa média de abertura de 15%. Ao término da quarta edição apresentarei esses dados atualizados!

Bem, essa experiência encontra-se ativa e em plexo andamento. A próxima edição do Seminário acontecerá no próximo dia 25 de abril de 2015, em Santos (SP). As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no website institucional do evento: www.sehlipa.com.

Um forte abraço! Sucesso sempre!

Referências
FELIX, G. R. A. Negociando o apoio dos stakeholders internos para o Programa Estratégico de Gestão de Eventos. In: FERREIRA, R. S.; WADA, E. K. Eventos, uma alavanca de negócios: como e por que implantar PEGE. São Paulo: Aleph, 2010.

FERRARI, P. (Org.). Hipertexto, hipermídia: as novas ferramentas da comunicação digital. São Paulo: Contexto, 2007.

FREEMAN, R. E. Strategic management: a stakeholder approach. Boston: Pitman Publishing, 1984.

SEMINÁRIO DE HOSPITALIDADE DO LITORAL PAULISTA. Relatório operacional do SEHLIPA | Guarujá 2012. Disponível em < http://www.sehlipa.com/relatorio.pdf >. Acessado em 19 de junho de 2014.

SEMINÁRIO DE HOSPITALIDADE DO LITORAL PAULISTA. Relatório operacional SEHLIPA | Praia Grande 2013. Disponível em < http://www.sehlipa.com/relatorio2013.pdf >. Acessado em 19 de junho de 2014.

SEMINÁRIO DE HOSPITALIDADE DO LITORAL PAULISTA. Relatório operacional do SEHLIPA | São Paulo 2014. Disponível em < http://www.sehlipa.com/relatorio2014.pdf >. Acessado em 19 de junho de 2014.


VENTURI, J. L.; LENZI, F. C. Desenvolvimento gerencial: da teoria acadêmica para a prática empresarial. Rio do Sul (SC): Nova Era, 2003. 

3.23.2015

Gestão de eventos na administração pública do turismo

Por: Aristides Faria

Ao longo dos últimos anos, sobretudo a partir de 2011, comecei a me especializar em temas relacionados com a administração pública. Naquele ano assumi o cargo de Coordenador de Turismo e Eventos da Secretaria de Cultura e Turismo (SECTUR) da Estância Balneária de Praia Grande, cidade localizada no litoral paulista.

Naquela época tudo era novidade e eu tive a grata oportunidade de aprender muito e trabalhar com profissionais expoentes em diversas áreas da gestão cultural e do turismo. Foi realmente muito enriquecedor!

Uma das experiências mais bacanas dentro do período em que liderei esse importante departamento foi a organização do Festejo de Iemanjá, que é tido como um dos maiores eventos religiosos do país. Compartilho a seguir alguns dados sobre o processo de reformatação do projeto e implementação de uma série de inovações que desenvolvi com a equipe da SECTUR.

Um breve histórico

O evento originou-se em 1969, quando o então Prefeito Municipal, Dorivaldo Loria Júnior, e o presidente do Conselho Municipal de Turismo, José Moura, em conjunto com diversas Federações, idealizaram o evento. É interessante observar que o município obteve sua emancipação em 1967, desse modo, o Festejo possui estreita relação com a história da cidade (TOSCHI, 2008).

Esse evento ocorre tradicionalmente nas duas primeiras semanas do mês de dezembro, mas o período de planejamento e organização do Festejo inicia-se antes disso, ainda em julho, conforme notícias veiculadas pela imprensa oficial.

Contextualização

No município de Praia Grande há uma estátua de 8 metros de altura erguida em homenagem a Iemanjá. O monumento, construído em data incerta em meados da década de 1960, é ladeado por 16 coqueiros que representam os orixás (deuses) da Umbanda e localiza-se na orla do bairro Mirim.

Os participantes do Festejo são organizados ao longo de um trecho de aproximadamente seis quilômetros da orla da cidade. Há período de inscrições e recolhimento de taxas a municipalidade. Esses participantes são segmentados em dois grupos: “Federados”, que são agremiações vinculadas a grandes entidades do setor; e os “Não federados”, indivíduos, grupos particulares ou entidades independentes, sem vínculos institucionais. Em relação direta ao evento, a diferença entre eles é que os grupos Federados são corealizadores do evento, assim, participam da tomada de decisões junto com o poder público local.

Apresenta-se a seguir dados estatísticos sobre o projeto de realização do referido evento. São considerados índices sobre o perfil do público visitante, o meio de hospedagem utilizado, o meio de transporte utilizado e o impacto gerado na economia local, entre outros.

Inovações na gestão pública municipal do turismo

Com a implantação da informatização e sistematização da gestão evento foi possível aferir que 1,58% do total de inscritos correspondem a grupos vinculados a Federações, enquanto 42% são de grupos independentes, não federados.

Esses índices correspondem aos dois períodos do Festejo de Iemanjá 2011 (dois finais de semana subsequentes). Ao todo, foram registradas 837 Agremiações, divididas em 27 Federações, sendo estas oriundas de 40 municípios diferentes. Em média, as Federações reúnem 31 agremiações com atuação, sobretudo, no estado de São Paulo.

A nova sistemática possibilitou, ainda, determinar a origem desses grupos: entre os Não federados, as principais cidades de origem são: São Paulo (41); Santana do Parnaíba (7) e Bragança Paulista (4). Já entre as agremiações Federadas, as principais são: São Paulo (72); Carapicuíba (11); Guarulhos (10). Distribuídas em um universo de 26 cidades.

A Secretaria de Trânsito e Transporte elaborou, em parceria com a Coordenadoria de Turismo e Eventos, departamento subordinado a Secretaria de Cultura e Turismo, um roteiro de acessos e restrições aos veículos envolvidos na realização do Festejo. Assim, ainda que não haja cobrança de taxas sobre o acesso e trânsito de automóveis particulares, é importante antever o fluxo desses veículos no município. Para suporte ao público visitante, foi disponibilizada uma guarnição da Guarda Civil Municipal nesse posto.

Os pagamentos das taxas de inscrições foram realizados por meio de boleto bancário, que foram, também, utilizados como comprovante de inscrição no “Festejo de Iemanjá / Praia Grande 2011”. Foi montado um “Posto de Validação” no estacionamento do Paço Municipal (localizado próximo a Estátua de Iemanjá) para a verificação da quitação dessas contribuições. É importante citar que a totalidade do montante arrecadado foi revertida ao Fundo Municipal de Cultura, que tem gestão participativa sob liderança da SECTUR.

Com a força de lei, foram impostas uma série de sanções como, por exemplo, a respeito do não cumprimento do pagamento da taxa de inscrição. O não cumprimento dessa obrigação infringe a Lei nº 1.442 de 02 de setembro de 2009, que estabelece os critérios para entrada, circulação e estacionamento de ônibus e micro-ônibus. Ficam impedidos, nesse caso, de acessar, permanecer e circular dentro do perímetro do município de Praia Grande.

A experiência é muito mais ampla e nesse pequeno texto eu não seria capaz de sintetiza-la de modo completo. Então, disponibilizo meu e-mail (aristidesfaria@rhemhospitaldiade.com) para que você possa entrar em contato e solicitar o material na íntegra.

Referências

PREFEITURA MUNICIPAL (PRAIA GRANDE). Lei nº 1.442 de 02 de setembro de 2009. Disponível em: < http://www.praiagrande.sp.gov.br/Administracao/leisdecretos_view.asp?codLeis=3132 >. Acesso em: 02 de julho de 2014.
TOSCHI, C. S. Praia Grande antes da emancipação. Santos (SP): Espaço do Autor, 2008.

3.16.2015

Sábado tem show em homenagem a Mulher no SESC


A apresentação acontece dia 21 de março e vai contar com quatro compositoras da região

O “Mais” - Música Autoral Independente Santista é um coletivo de produção musical independente da Baixada Santista. Seu objetivo é criar meios de produção e público para o cenário da região.

Este ano, o projeto realiza um show especial para o mês da mulher no dia 21 de março, as 21 horas. Será o “Mais Elas”, em que Elenira Ribeiro, Lua Marina, Mayarah Magalhães e Monique da Rocha apresentam um vasto repertório com samba, MPB, RAP, baião, pop, jazz, maracatu, afoxé, entre outras possibilidades sonoras, no palco do SESC Santos. Os ingressos custam  R$6 (comerciários), R$10 (meia) e R$20 (inteira).

O coletivo de produção musical foi criado em 2013 quando 14 compositores se uniram para o primeiro evento no Teatro Guarany. Desde então, o projeto vem ganhando espaço de público e crítica, abrindo cena para mais de 40 artistas e oportunizando o acesso do público aos seus trabalhos.

Essa é a primeira edição do “Mais Elas”, com direção musical de Ugo Castro Alves. A banda que acompanha as cantoras é composta pelos músicos Theo Cancello (teclados), Rodrigo Vilela (sopros), Glécio Nascimento (baixo), Luciano Rocha (percussão) e Fabiano Guedes (bateria). O show também conta com uma atriz local convidada que fará performance sobre a transformação da mulher, de musa inspiradora à criadora.

..:: Sobre as compositoras ::..

Lua Marina iniciou sua carreira profissional em 2003 e, em 2012 lançou seu primeiro CD com a banda Saramandaia, chamado “Sonho de Voar”. Em maio de 2014, participou do Festival Internacional de Jazz de Perth, na Austrália, onde apresentou canções de seu próprio repertório. Lua se aventura ainda em composições para crianças e integra o grupo de música infantil Zig Zag - todas as canções são de sua autoria e o lançamento deste CD está previso para maio deste ano.

Elenira Ribeiro é santista e desde a década de 70 pertence à ala de compositores da Escola de Samba X-9, sendo campeã por 5 vezes em concurso de samba de enredo. Durante dez anos consecutivos, foi compositora da Banda Mole - tradicional no carnaval santista. Em 2008, gravou o CD “Segredo” e no ano seguinte recebeu prêmio Braz Cubas, além do primeiro lugar no concurso nacional Talentos da Maturidade.

Monique da Rocha é natural de Cubatão e, desde muito cedo, estuda música. É técnica em música erudita e participou do coral municipal Zanzalá por 7 anos. Entre seus projetos, está a gravação do primeiro CD com seu trabalho solo.

Mayarah Magalhães é santista e começou sua carreira musical aos 15 anos. Desde então, já participou de apresentações com grandes nomes da música como MV Bill, Paula Lima e a Orquestra Sinfônica de Cubatão. Em 2009, foi finalista do programa Ídolos, da Record. Em seu repertório há influências do Soul, Funk, Jazz e Rap.

..:: Serviço ::..

21 de março / 21 horas / SESC Santos

Entrada R$6 (comerciários), R$10 (meia) e R$20 (inteira).

Assessoria de imprensa: Rachel Munhoz

contatorachelmunhoz@gmail.com | (13) 99792-9196

Desempenho mercadológico do Brasil no turismo: grandes negócios

Visite Santos (SP)!
Foto: Santos e Região C&VB (srcvb.com.br)
Por: Aristides Faria

Pergunto-me rotineiramente sobre os rumos do Brasil no setor de turismo, em especial, em âmbito internacional. Minhas incertezas se devem, sobretudo, por eu não ser operador nesse segmento.

No ano de 2014 tive a oportunidade de viajar para outros países para ministrar palestras em eventos científicos e essas experiências me motivaram a escrever esse texto, que é a compilação de uma série de dados acerca do desempenho mercadológico do Brasil no turismo com breve análise sobre os mesmos.

A atividade turística é responsável pela transferência de divisas entre as nações e, conforme dados do World Travel and Tourism Council (WTTC), em termos globais, a contribuição do setor para a composição do produto interno bruto (PIB) mundial foi de cerca de sete bilhões de dólares americanos em 2013. Esse montante é composto por investimentos, pela cadeia de suprimentos e impactos induzidos, indiretos do setor, o que representa 9,5% do total das riquezas produzias no planeta. Para 2014 a projeção, ainda não consolidada nesse momento, foi de um crescimento da ordem de 4,3% ou US$ 7,289 bilhões (WTTC, 2014).

A atividade turística gerou 100.894.000 de empregos diretos no mundo ou 3,4% do total de global. Para 2014, o WTTC projeta crescimento de cerca de 2,2% nesse índice. De acordo com a entidade, esse mercado de trabalho é composto por meios de hospedagem, agências de viagens, restaurantes, companhias aéreas, outros meios de transporte de passageiros, somando a ampla indústria do entretenimento e do lazer, mas excluindo meios virtuais de comercialização de produtos e serviços turísticos.

Para a fundamentação de meus artigos sobre competitividade tenho revisado diversos documentos publicados pelo Ministério do Turismo (MTur). Um deles é o “Estudo da demanda turística internacional (2006-2012)”, elaborado pelo Departamento de Estudos e Pesquisas da Secretaria Nacional de Políticas de Turismo (MTUR, 2013).

A partir dos dados analisados verificou-se que, em 2012, 46,80% dos entrevistados visitaram o país motivados por lazer, ante 25,30% que apontaram os negócios, eventos e convenções como motivação. Os destinos mais procurados pelos turistas motivados pelo lazer foram Rio de Janeiro (29,6%), Florianópolis (18,1%) e Foz do Iguaçu (17,3%). Já os turistas de negócios, eventos e convenções, demandaram: São Paulo (48,3%), Rio de Janeiro (23,9%) e Curitiba (4,4%).

Em relação ao turismo de negócios, eventos e convenções foi possível observar a ampla participação da cidade de São Paulo (48,3%). Alguns fatores são essenciais para a construção dessa realidade ao longo do tempo.

Um dado interessante diz respeito a nacionalidade dos turistas: os principais países emissores dos visitantes que desembarcam na cidade de São Paulo por meio do Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos foram, em 2012, Estados Unidos (15,3%), seguido por Argentina (12,3%), Chile (5,6%) e Bolívia (5,2%).

Verifica-se que entre os quatro primeiros países emissores de visitantes ao Brasil que desembarcam no aeroporto internacional de São Paulo três destes têm o idioma espanhol como idioma oficial.

Um dado relevante refere-se à motivação para a viagem dos estrangeiros entrevistados, que no caso específico da cidade de São Paulo, ao contrário da média brasileira, aparece em primeiro lugar com 55,7% de participação. No caso, a motivação de lazer corresponde a 13%.

O segmento de “negócios e eventos” é representativo em relação aos demais para o mercado paulista e, em especial, para o município de São Paulo. Conforme dados da São Paulo Turismo (OBSERVATÓRIO DO TURISMO, 2013), entre os anos de 2011 e 2012, os aeroportos que servem a cidade de São Paulo registraram crescimento de 7,4% no volume total de passageiros (nacionais e internacionais). Dados do poder público local, apresentados nesse relatório, traçam perspectivas de que até 2020 o número de turistas deve chegar a 16,5 milhões.

Ao longo do ano de 2012 foram realizadas 82 feiras na cidade, que atraíram 2,2 milhões de visitantes ao município. A prefeitura local criou o programa “São Paulo: Fique mais um dia” para estimular a permanência no destino por mais tempo que o exigido pelo evento, que, em média, foi de 7,4 dias em 2012 (MTUR, 2013).

Há, ainda, outra contribuição que pode ser assinalada em relação ao turismo de negócios e eventos, que é a distribuição dos eventos ao longo do ano. Em São Paulo, conforme dados do Observatório do Turismo (2013, p. 150-160), entre todos os eventos realizados na capital paulista, destacam-se trinta e seis mais relevantes, que acontecem ao longo do ano, de acordo com o calendário oficial de eventos do município. Juntos, apenas esses trinta e seis eventos, reúnem mais de 7,5 milhões de participantes, entre residentes e visitantes nacionais e internacionais.

Torna-se relevante considerar nessa análise o relatório do Fórum Econômico Mundial sobre a competitividade global do mercado de viagens e turismo. No ranking de 2013, o Brasil ocupa a 51ª posição, devido a ligeira deterioração em alguns dos indicadores macroeconômicos, dificuldade de acesso ao financiamento, bem como a falta de progressos suficientes em alguns desafios determinam essa estabilidade em relação a 2011, quando o país ocupava a 52ª posição.

Mais precisamente, o funcionamento das instituições, as preocupações crescentes sobre a eficiência governamental, a corrupção e baixa confiança nos políticos persistem como uma fonte de incertezas. A falta de progressos na melhora da infraestrutura geral e no sistema de educação formal, uma economia fechada e a concorrência internacional rebaixam o índice de competitividade do Brasil em termos globais (WEF, 2013).

Conforme o relatório, entretanto, apesar dos desafios, o país ainda se beneficia de vantagens importantes, especialmente do tamanho do mercado interno – que mantém alta a demanda pela produção de bens duráveis – e o protagonismo regional do país no campo comercial, com destaque para a excelência de inovação e em atividades de alto valor agregado (aquelas ligadas a inovação tecnológica, por exemplo). É pertinente citar um dado externo a esse relatório.

Ao lado de Argentina e México, o Brasil é líder na solicitação de registros de patentes intelectuais globais, conforme dados do World Intellectual Property Organization (WIPO). Por outro lado, no contexto dos países componentes do “BRICS” (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o desempenho brasileiro é similar aos países componentes do grupo, com destaque apenas para a China.

A partir desse panorama sobre o desempenho do Brasil no mercado de turismo internacional torna-se possível inferir que a atividade turística, englobados os diversos setores relacionados, consolidou-se nos últimos 20 ou 30 anos como um dos mais importantes segmentos da economia internacional.

Especificamente no caso do município de São Paulo, os negócios do turismo e o turismo de negócios firmam-se ano a ano como vetores do processo de qualificação da mão de obra local e intercâmbio cultural.

Referências

CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION (CDS). (2010). Overview of Race and Hispanic Origin. Disponível em: < http://www.census.gov/prod/cen2010/briefs/c2010br-02.pdf >. Acesso em 27 de junho de 2014.

MINISTÉRIO DO TURISMO (BRASIL). (2013). Anuário Estatístico 2013: ano base 2012. Disponível em: < http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/dadosefatos/anuario/index.html >. Acesso em: 03 de julho de 2014.

MINISTÉRIO DO TURISMO (BRASIL). (2013). Estudo da demanda turística internacional (2006-2012). Disponível em: < http://www.dadosefatos.turismo.gov.br/export/sites/default/dadosefatos/demanda_turistica/internacional/download_internacional/Demanda_Turxstica_Internacional_-_Fichas_Sinteses_-_2006-2012.pdf >. Acesso em 16 de março de 2015.

WORLD ECONOMIC FORUM (WEF). The travel & tourism competitiveness report. Genebra (Suíça), 2013.

WORLD INTELLECTUAL PROPERTY ORGANIZATION (WIPO). World Intellectual Property Indicators. Genebra (Suíça), 2013.


WORLD TRAVEL & TOURISM COUNCIL (WTTC). Travel & Tourism economic impact. Londres (Inglaterra), 2014.

3.12.2015

Tempo de celebrar: 2.000 likes!


Olá pessoal, muito bom dia!

Escrevo para comemorar – nesse momento um pouco antecipadamente, confesso! – que nessa quinta-feira (12) a fanpage da [RH em Hospitalidade] alcança a marca de 2.000 likes. Curta também: www.facebook.com/rhemhospitalidade!

Nem sempre os likes se convertem em resultado financeiro. Nem sempre os likes se transformam em parceiros de negócios. Nem sempre os likes viram participantes do Seminário de Hospitalidade do Litoral Paulista (www.sehlipa.com), evento que promovo anualmente. Então o que celebrar?

Celebro a satisfação de alcançar a marca de 2.000 likes, primeiro, por ser o resultado expressivo de um trabalho de mais de sete anos e, depois, por que os materiais que desenvolvo têm ajudado as pessoas de diversas partes do país e do mundo a aprimorarem suas carreiras.

Agradeço a cada seguidor, leitor e participante de nossa fanpage!

Um forte abraço!

Sucesso sempre,

Aristides Faria​

3.07.2015

Relações de hospitalidade no contexto da administração pública

Por: Aristides Faria

Na noite da última sexta-feira (06) o Brasil acompanhou a publicação da lista de nomes de políticos potencialmente relacionados com um esquema de corrupção investigado pela Polícia Federal sob o título “Operação Lava Jato”.

Ao todo, foram citados 22 deputados federais, 12 senadores, 12 ex-deputados e uma ex-governadora de seis partidos (PMDB, PT, PP, SD, PSDB e PTB). Há outras pessoas que serão investigadas, mas que não têm ou já tiveram cargos eletivos.

O evento – quase cinematográfico – da noite passada conota um apagão institucional, ou seja, uma crise de liderança pela qual passa o Brasil. As métricas para consecução de um cargo público, naturalmente, são diferentes daquelas exigidas para a obtenção de uma colocação em um emprego na iniciativa privada. Ocorre que os valores que orientam a avaliação do profissional são basicamente os mesmos.

Há um mantra no mundo corporativo que diz: “as pessoas são contratadas por suas competências e demitidas por seus comportamentos”. Não é por ocaso que esse pensamento é predominante tanto no âmbito empresarial quanto na gestão pública. Faz todo sentido!

Bem, a partir de algumas reflexões sobre a qualidade dos relacionamentos profissionais que vivo ou já vivi, pensei em escrever esse texto para compartilhar algumas inquietações a respeito das “relações de hospitalidade”.

Não vou teorizar, tampouco convidar outros autores para essa conversa – quase despretensiosa. Minha intenção é externar algumas “viagens” e convida-lo, amigo leitor, a fazer o mesmo. Assim, juntos, formaremos uma corrente de pensamento... espero que positiva.

Ademais das competências profissionais, qualidades e características pessoais ou sua filiação partidária, você escolheu – voluntariamente ou não – algum motivo para votar em um determinado candidato nas últimas eleições. Provavelmente há alguma empatia com sua figura pública ou qualquer tipo de esperança, expectativa e confiança em seu trabalho.

O que as “reações de hospitalidade” têm a ver com essa conversa? No momento em que um servidor público ocupante de um cargo eletivo – ou não – se beneficia de seu alto posto na hierarquia governamental para a obtenção de benefícios próprios, ele infringe, antes de leis e regulamentos, um laço de confiança.

Essa pessoa desconsidera a crença que outrem depositou em si anteriormente. Esse “profissional” – por conta de seu comportamento – responderá (provavelmente!) por seus – sempre supostos – atos, mas nesse momento as vidraças já estão trincadas e a relação de confiança poderá nunca mais ser reestabelecida.

Acredito, então, que as tais “relações de hospitalidade” são alicerçadas em valores como a confiança mútua, o diálogo aberto e franco, na transparência de intenções, na colaboração e cooperação entre as partes, na certeza reciprocidade, no altruísmo e no genuíno interesse de servir.

Ser hospitaleiro, pois, tem a ver com estabelecer, manter e sempre renovar laços de verdadeira confiança no próximo. Eu confio em você! E você? Confia em mim?


Um forte abraço,

Sucesso sempre!

Aristides Faria

3.05.2015

Bruno Orlandi: novo palestrante do SEHLIPA | Santos 2015 é apresentado ao mercado

O Secretário-adjunto de Segurança do município de Santos (SP) abordará o tema “Aspectos Municipais da Segurança”.

A quarta edição do Seminário de Hospitalidade do Litoral Paulista (SEHLIPA), evento itinerante criado em 2011 pela [RH em Hospitalidade], acontecerá na cidade de Santos no próximo dia 25 de abril, entre as 14h00 e 20h00, no espaço de eventos do Mercure Santos Hotel.

O tema central escolhido pelos organizadores do evento será “Comunicação & Relações governamentais”, de modo que os palestrantes possam compartilhar experiências bem sucedidas na gestão pública do turismo e áreas correlatas, tais como a Segurança Pública.

Recente pesquisa de opinião pública realizada junto a profissionais do turismo atuantes na Região Metropolitana da Baixada Santista revelou que, na visão dos respondentes, carências nos sistemas locais de Segurança Pública são o maior entrave para a consolidação do turismo regional. Assim, os organizadores do SEHLIPA | Santos 2015 convidaram ao Sr. Bruno Orlandi para tratar do assunto.

Sua apresentação terá o tema “Gestão da Segurança Pública durante a temporada de verão”. Segundo Orlandi, “a população flutuante demanda atenção especial por parte do governo estadual e os municípios devem trabalhar permanentemente para monitorar os fluxos, especialmente durante os meses de verão”.

O palestrante é Advogado graduado pela Fundação Armando Álvares Penteado (2005), Especialista em Direito Processual Penal pela Escola Paulista da Magistratura (2007) e em Ciências Políticas pelo Instituto Legislativo Paulista (2008), além de Mestrando em Gestão e Políticas Públicas pela Fundação Getúlio Vargas (2015). Foi membro do Conselho Tutelar de Santos (2009-2012), Docente e, desde 2013, é Secretário-adjunto de Segurança do município de Santos.

..:: Sobre o SEHLIPA ::..

O projeto do SEHLIPA foi criado e lançado no ano de 2011. A primeira edição do evento foi realizada no município do Guarujá (2012), o segundo Seminário aconteceu em Praia Grande (2013) e a terceira edição do evento foi em São Paulo, em abril de 2014.

O público-alvo do projeto é composto por profissionais, empresários e autoridades atuantes no setor de turismo. O objetivo do SEHLIPA é criar espaço para relacionamento corporativo e geração oportunidades de negócios.

Informações: www.sehlipa.com | http://sehlipa.blogspot.com

..:: Serviço ::..

Seminário de Hospitalidade | Santos 2015
Data: 25 de abril (sábado)
Horário: 14h às 20h00
Local: Mercure Santos Hotel (Av. Dr. Washington Luiz, 565)


Inscrições: http://goo.gl/tjOlGj

3.03.2015

Será “empreender” uma alternativa viável para sua carreira?

Por: Aristides Faria

O termo “empreendedorismo” impacta as pessoas, suas famílias e a sociedade de um modo geral. O impacto é um fato, mas o tipo de impacto varia bastante. Há quem conte com alegria os erros passados, que culminaram no sucesso presente. Outros nem querem pronunciar a ideia de largar da (pseudo) segurança de um emprego ou carreira pública.

Isso é curioso, pois essa confusão de sentimentos e impressões a respeito da livre iniciativa cria um ambiente de negócios limitado e orientado por empresas tradicionais, já consolidadas no amplo mercado. É inegável a impressão de segurança que um emprego no poder público traz. Mas, será que há vida fora desses muros?

Em minha família há diversos profissionais autônomos, todos em carreiras tradicionais. A novidade foi que, em um dado momento, eu optei pela carreira autônoma, mas em um setor desconhecido para meus familiares: turismo e hotelaria. A ideia não soou bem, mas com o passar de alguns anos e realizações positivas tudo se alocou e obtive o respeito e incentivo esperados.

Ocorre que esse espaço de “alguns anos” me parecia um abismo sem fundo, cuja outra margem mal se podia enxergar. A maturidade que só o tempo pode trazer e a tranquilidade de manter a caminhada firma em direção a um propósito consistente e justo tendem a render resultados maravilhosos.

Repito a pergunta: Será “empreender” uma alternativa viável para sua carreira?

Não precisa me responder. Pergunte-se e responda a si mesmo. Aliás, independente da resposta, repita a si mesmo esse questionamento em momentos diferentes de sua vida e carreira.

Permita-se a dúvida, a incerteza e as deficiências. Só assim você aprenderá a lhes compreender e as enfrentar adequadamente, de modo sólido e autoconfiante. Acredito firmemente que o ato de empreender seja muito, muito mais que abrir seu próprio negócio. O empreendedor pode estar atrás do balcão, manobrando carros em um estacionamento, atendendo ao público em uma repartição da prefeitura e assim pode diante.

O que caracteriza a postura empreendedora, em minha visão, é a disposição, a iniciativa, a autonomia, o brilho nos olhos, a alegria em prestar o melhor serviço e produzir o melhor resultado em seu trabalho, seja ele qual for.

Ora, um “empreendedor” pode ou não atuar no terceiro setor? Na filantropia? No poder público? Em casa, em serviços domésticos? Ou mesmo na informalidade?

A resposta para todas essas perguntas é “sim”! Empreender é muito mais que formalizar uma empresa. E isso não se aprende nos bancos escolares. Isso eu tenho certeza!


Minha dica? Empreenda, viva, seja muito feliz!