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1.20.2011

A falta de "feedback" para quem escreve

Por: Silvio T Corrêa

Você escreve posts na sua comunidade, ou e-mails? Ótimo, você está incluído no público alvo desse artigo.

As vezes lemos a expressão “para quem escreve” e já pensamos em escritores, autores, colunistas e o povo desse — digamos assim — “métier”. Mas isso não é verdade. Depois da internet, todos nós somos escritores de alguma forma. Até os “digitilografos” (pessoal que escreve pelo teclado do celular) também estão incluídos.

Não vou falar sobre a teoria da comunicação porque acho que todos — ou quase todos — já a conhecem, e portanto sabem da importância do feedback e de como ele é necessário e desejável.

No entanto, ele é feito de tantas formas que muitas vezes não é inteligível, reconhecido ou, sequer, percebido. Mas ele sempre acontece.

Há alguns anos, quanto atuava no Circuito Gestão — programa do governo do Estado de São Paulo para gestores escolares —, aconteceu uma situação que me fez repensar o caso do feedback.
Como vocês sabem, no final de um treinamento sempre tem uma avaliação, padronizada, que os treinandos fazem do facilitador. Portanto, é comum acompanharmos as atitudes dos alunos, para efetuarmos “correções de rumo” durante o processo. A interação é uma dessas atitudes.
Uma turma de 52 alunos, vindos de várias regiões do Estado se São Paulo, seria “minha” por 2 dias e meio — 20hs.

No primeiro contato, durante a dinâmica de apresentações e exposição de expectativas, a turma estava ótima. Contudo, após as primeiras 2hs, um silêncio tomou conta da sala. Aquela atitude me preocupou.

Quando tinha uma dinâmica, a turma ficava animada, mas quando era uma exposição de conteúdo, ficavam todos quietos, sem qualquer pergunta, discordância ou sinal de concordância. Achava muito estranho, pois nunca tinha ocorrido comigo, algo assim.
No final do primeiro dia eu abri o jogo com a turma — é uma atitude comum, minha, ter uma conversa sobre o meu trabalho e o comportamento da turma. “Pessoal, o que está acontecendo? Vocês estão quietos, não falam. Será que o treinamento está tão chato assim?”
Apesar de ser impossível dizer que a resposta verbal de 52 alunos foi unânime, a grande maioria respondeu, em linhas gerais: “Não! Estamos prestando atenção no que você está falando.”

No restante do curso a situação continuou e comecei a reparar que não havia qualquer aluno bocejando ou com uma atitude relapsa ou mantendo uma conversa paralela.

Em mais de 150 turmas onde atuei no programa, essa foi uma das poucas onde a avaliação de excelente, para o facilitador, foi uma unanimidade.

Então, como disse, o feedback é muito relativo, e no caso de leitores fica mais complicado.

Particularmente considero que meus textos são sempre lidos, mas não sou ingênuo para achar que isso é uma verdade absoluta. Tiremos por nós: Dos textos que você recebe, quantos você lê e quantos feedbacks você emite?

Eu tento dar um retorno para todos que me enviam textos, seja diretamente, através de comunidades por e-mail ou através da “Escritores, Autores & Editores”. Contudo, nem sempre consigo, devido a uma enormidade de fatores. Exceção feita quando o autor pede o feedback.

O tempo, apesar de ser sempre taxado de “culpado”, não passa, no meu entender, de uma desculpa. Os fatores para mim são: não perceber coerência no que escreve o autor é um dos fatores; assunto muito batido não anima ler e nem dar feedback; textos longos, com mais de 2 laudas é outro fator desestimulante para a leitura; texto muito rebuscado; o chamado texto “copy-cola” e outros. Com certeza você deve ter mais uma dúzia de motivos.

Acho que uma boa solução é ter uns 50 leitores-padrão, de preferência que não seja seu pai, mãe, irmão(ã), namorado(a), esposa(o), avó ou avô. Esses dirão que seu texto está ótimo, sempre — ou que está uma porcaria, sempre.

Acho que é um bom caminho para ter no feedback, um parâmetro da qualidade dos seus textos.

O mais importante, é que você não deixe de escrever e procure sempre se aprimorar nos seus escritos.

Bons textos!

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