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3.26.2009

Tendências do Turismo: Perspectiva organizacional

Por: Aristides Faria

Estou passando por uma fase – longa por sinal – de formatação e consolidação de meu negócio. Trata-se de uma consultoria na área de Recursos Humanos com foco nos mercados de Turismo & Hotelaria. É o que chamamos de “fase de planejamento”.

Há um ditado popular que compara os brasileiros aos japoneses e diz algo como “brasileiros planejam por três meses e executam em nove, enquanto japoneses planejam por nove meses e executam o projeto em três”. Acrescentaria que ao realizar em menos tempo, gastamos por menos tempo também. Além disso, muitos outros compromissos encerram-se com o fim da execução.

Estou sendo bastante generalista em minhas considerações, pois esta lógica vale para todo e qualquer ambiente organizacional. Perceba que “organizacional” sobrepõe “empresarial”. Passamos a considerar todos ambientes de socialização que demandam algum tipo de organização e regulamentos.

Estes regulamentos (leis, códigos de conduta, declarações de ética e similares) podem ser escritos ou não, e podem também ser objetivos ou subjetivos. Seria mais interessante e claro para todos se estas normas fossem escritas para o entendimento coletivo e de acesso irrestrito. Temos de saber em qual ambiente estamos trabalhando e nos relacionando. Assim é feito nos esportes. Concorda? Ou cada partida de basquete tem regras diferentes – e que os atletas/colaboradores não sabem quais serão?

O objetivo de nosso texto é comentar a perspectiva organizacional da cooperação. Estou vivendo isto bem neste momento gerencial, de planejamento. Venho cooptando parceiros dos mais diversos locais do Brasil e das mais variadas origens. Este é o lado bacana de trabalhar baseado na web. Não se trata de comércio eletrônico, então estamos em um nível intermediário de virtualização. Este índice vai da nula virtualidade (atendimento direto ao cliente no balcão) e até a plena virtualidade (compra de um software pela web, mas em que a entrega acontece via download, não havendo qualquer contato com a empresa, os atendentes e o produto). Isso é um assunto muito interessante, mas valerá mais para outra ocasião!

Bem, a questão é que conforme Child & Faulkner (1998, p.34), esta perspectiva organizacional da cooperação engloba três aspectos:
• As alianças entre organizações e/ou profissionais dependem da união de recursos dos mais variados tipos e o estabelecimento claro dos direitos e deveres é fundamental para evitar atritos ou prejuízos para qualquer dos lados. Além de clichê, a planificação dos citados regulamentos é essencial à boa convivência;

• Não existe receita pronta para a gestão de uma parceria, de uma aliança. Cada ocasião tem de ser entendida como única e seu(s) membros devem esmerar-se em evitar vícios e jamais responder a novas perguntar com soluções antigas (que até tiveram sucesso anteriormente, mas que podem não funcionar mais);

• A cooperação e o trabalho colaborativo dependem de confiança mútua. Em nosso último artigo comentamos sobre a soma de comprometimento e confiança. Confira o link para compreender melhor este terceiro aspecto.

Finalizo afirmando que uma forte tendência do turismo, bem como de muitas outras áreas do conhecimento, é o trabalho colaborativo. A soma de nossos esforços não pode ser uma colcha de retalhos, mas um harmônico emaranhado de fios que impede perceber diferença entre nós. Esta é a essência da perspectiva organizacional! Atue tão fortemente ligado a seus parceiros e confie tanto em vossa parceria que uma hora tornar-se-á impossível distingui-los.

Referência

CHILD, John; FAULKNER, David. Strategies of Co-operation. England: Oxford University Press, 1998.

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