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11.26.2008

VidaSegregadas

Por: Aristides Faria

Em mais uma de minhas viagens introspectivas, enquanto buscava explicação para uma série de eventos que aconteceram recentemente, encontrei algumas respostas. E isso foi muito bom. O problema é que demorei muito para perceber, agora, que estas saídas estavam bem aqui, ao lado esquerdo de meu peito.

Fico menos angustiado por um lado, mas por outro o temor aumenta, pois não sei se terei a mesma percepção em outras ocasiões. Espero que sim, espero que este seja resultado do amadurecimento que estas “viagens introspectivas”. Não que deseje outros momentos tão infelizes, mas que, caso aconteçam, eu esteja preparado para recorrer ao meu coração e não à opiniões alheias.

A visão de outras pessoas é importante e pode nos presentear com novos horizontes e pontos de vista. Muitas vezes olhar pelas lentes de outros óculos pode ser saudável e construtivo. Muitas outras, entretanto, pode distorcer a imagem à nossa frente. A questão é que a interpretação daquilo que fitamos é realizada por nossos Valores.

Entendo por “Valores” tudo aquilo que nos faz aproximar ou afastar de alguém ou de determinados comportamentos. Nossos Valores são a base de nossos julgamentos. Quando pré-julgamos incorremos no erro de sub-estimar ou super-estimar nossos Valores. Percebo que acabamos, assim, agindo de maneira diferente do usual e nos comportando de forma estranha a nossa natureza.

Os pensamentos não conseguem ser expressados por nossas palavras, as feições não exprimem nossos sentimentos, estes, por sua vez, ficam entorpecidos por emoções e, ainda, nossa visão fica nublada, não conseguimos interpretar corretamente os eventos que “aconteceram recentemente”. Neste sentido, devemos passar a olhar com o coração.

Alguns chamariam isso de inteligência emocional, ou seja, o processo de perceber o tipo de respostas que daríamos às situações que se apresentam, controlá-las, e oferecer outras mais convenientes. Sim, faz sentido. Mas, proponho um olhar mais acurado, um olhar mais cuidadoso, carinhoso e amoroso. Por isso olhar com o coração.

Quem sabe você tenha a oportunidade de embarcar em uma destas viagens introspectivas e curtir a beleza de observar os eventos que se apresentam a partir da perspectiva do coração. Espero que venha a ter esta oportunidade!

O mais fascinante nesta mudança de perspectiva é poder olhar assim a tudo e em todos campos da vida. No trabalho, na família, no lar. É tão bom passar a julgar com base em seus valores, observando tudo a partir do ponto de vista do coração! É bastante gratificante mirar e sacar o real Valor das coisas, das pessoas e eventos – agradáveis ou não.

Ao buscar, também no lado esquerdo do peito, um título para este texto pensei em algo que representasse justamente este novo prisma, de onde passei a olhar o mundo. Cheguei a este, “vidaSegregadas”. É um paradoxo propositalmente estabelecido em que a letra “S” coloca-se oportunamente como um elo. Ora, como pode haver um elo entre duas vidas segregadas? Se foram apartadas, como pode haver ainda um elo? Como é que pode sustentar-se esta intrigante contradição, já que aparecem juntas duas vidas, então, segregadas?

Respostas que julgo saber, mas apenas a partir do instante em que passei a olhar o mundo por este novo ponto de observação. Sinto-me melhor, mais calmo e em paz. Vejo um mar de calma e um horizonte, até, infinito de possibilidades, oportunidades e alegrias. Questão de tempo e de ponto de vista.

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